Um renomado advogado de Nova York, desaparecido desde o naufrágio do iate Bayesian na costa da Itália na segunda-feira de manhã, havia escrito de forma enigmática sobre sua família vivendo “felizes para sempre” em uma de suas últimas postagens nas redes sociais antes de desaparecer com sua esposa no naufrágio.
Christopher Morvillo, um advogado de 59 anos que ajudou o magnata britânico da tecnologia Mike Lynch — proprietário do luxuoso iate naufragado e um dos seis desaparecidos — a vencer seu julgamento por fraude, agradeceu à equipe jurídica que contribuiu para seu sucesso em sua penúltima postagem no LinkedIn antes da tragédia.
No final da postagem perturbadora, ele escreveu: “E, finalmente, um enorme agradecimento à minha paciente e incrível esposa, Neda Morvillo, e às minhas duas filhas fortes, brilhantes e lindas, Sabrina Morvillo e Sophia Morvillo.”
“Nada disso teria sido possível sem o seu amor e apoio. Estou tão feliz por estar em casa. E todos viveram felizes para sempre….”
Morvillo é sócio do escritório de advocacia Clifford Chance, especializado em crimes financeiros e com sede na Quinta Avenida em Manhattan. Ele é um ex-promotor federal que trabalhou na investigação criminal dos ataques terroristas de 11 de setembro, de acordo com seu perfil online. Ele se especializa em casos envolvendo negociação de informações privilegiadas e fraudes corporativas.
O Clifford Chance celebrou a absolvição de Lynch em um comunicado de imprensa de 6 de junho em seu site. Lynch foi acusado de fraude relacionada à aquisição de sua empresa, Autonomy, pela Hewlett Packard.
“A absolvição encerra uma batalha legal de 13 anos, considerada um dos maiores casos de fraude do Vale do Silício”, disse o escritório.
Morvillo e seus colegas advogados acrescentaram: “Este veredicto encerra um esforço implacável de 13 anos para responsabilizar a incompetência bem documentada da HP ao Dr. Lynch. Felizmente, a verdade finalmente prevaleceu. Agradecemos ao Dr. Lynch por sua confiança durante toda essa provação e esperamos que ele possa agora retornar à Inglaterra para retomar sua vida e continuar inovando.”
O comunicado de imprensa termina com uma declaração de Lynch, dizendo: “Estou ansioso para retornar ao Reino Unido e voltar ao que mais amo: minha família e a inovação em meu campo.”
A esposa de Morvillo, Neda, uma designer de joias, também é uma das seis pessoas ainda desaparecidas, disseram as autoridades.
O iate de luxo de 160 pés, com 22 pessoas a bordo, afundou próximo ao porto de Porticello quando uma tempestade violenta atingiu ao amanhecer de segunda-feira, informou a guarda costeira italiana.
Mergulhadores da polícia retomaram a busca pelos passageiros desaparecidos na terça-feira, tentando alcançar o casco do navio a cerca de 50 metros de profundidade, onde as autoridades acreditam que as pessoas possam estar presas.
A busca pelos desaparecidos tem sido lenta porque o Bayesian agora está a 50 metros abaixo da superfície, onde os mergulhadores podem permanecer por no máximo 12 minutos, disseram as autoridades de resgate em um comunicado na terça-feira.
Quinze dos passageiros e tripulantes do navio sobreviveram, incluindo uma mãe que segurava sua filha de 1 ano acima da cabeça para evitar que ela se afogasse.
Um corpo foi recuperado e identificado como sendo o chef a bordo, disseram as autoridades.
Os oficiais de incêndio disseram que as seis pessoas não localizadas serão classificadas como “desaparecidas” até que sejam encontradas nos destroços.
Além dos Morvillo e Lynch, os desaparecidos incluem a filha de 18 anos de Lynch, Hannah, bem como Jonathan Bloomer, presidente do Morgan Stanley International, e sua esposa, Judy.
Morvillo, que possui residências em Nova York e South Kent, Connecticut, vem de uma família de advogados.
Em uma entrevista à American Lawyer em 2018, ele descreveu o trabalho ao lado de seu falecido pai e três irmãos no escritório Morvillo Abramowitz.
“Aprendi mais durante aqueles anos do que em qualquer outro momento da minha carreira, em grande parte apenas observando meu pai navegar habilmente com clientes através de alguns dos desafios mais complexos que este trabalho pode apresentar”, disse ele. “Ele foi o melhor mentor que eu já tive.”
