Entre nos nossos canais do Telegram e WhatsApp para notícias em primeira mão.
Telegram: [link do Telegram] WhatsApp: [link do WhatsApp]
O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, deu sinais de que o banco central pode começar a reduzir as taxas de juros em breve, embora não tenha especificado datas ou a magnitude dos cortes. A declaração foi feita durante seu aguardado discurso na reunião anual do Fed, realizada na sexta-feira em Jackson Hole, Wyoming.
O que é o Federal Reserve?
O Federal Reserve, conhecido como Fed, é o banco central dos Estados Unidos. Sua principal função é regular a política monetária do país, o que inclui a definição das taxas de juros e a supervisão do sistema bancário para garantir a estabilidade econômica. O Fed tem um mandato duplo: promover o emprego máximo e garantir a estabilidade de preços.
No discurso, Powell indicou que o momento para ajustar a política monetária chegou. “A direção é clara, e o timing e o ritmo dos cortes nas taxas de juros dependerão dos dados futuros, das perspectivas em evolução e do equilíbrio de riscos,” afirmou Powell. Essa declaração ocorre enquanto os mercados esperam direções sobre os próximos passos da política monetária.
Powell também revisitou o que causou a inflação alta, que levou a uma série agressiva de 13 aumentos nas taxas de juros de março de 2022 a julho de 2023. Apesar do progresso na redução da inflação, ele destacou que o Fed pode agora focar igualmente em garantir que a economia se mantenha perto do pleno emprego.
“A inflação caiu significativamente. O mercado de trabalho não está mais superaquecido, e as condições estão agora menos apertadas do que antes da pandemia,” disse Powell. A inflação, que está em 2,5%, ainda não atingiu a meta de 2% do Fed, mas é uma melhoria em relação ao pico de mais de 7% registrado em junho de 2022.
Simultaneamente, a taxa de desemprego aumentou lentamente, atingindo 4,3%. Embora esse nível possa sugerir uma recessão iminente, Powell atribuiu o aumento ao ingresso de mais pessoas no mercado de trabalho e a uma desaceleração nas contratações, em vez de um aumento nas demissões ou uma deterioração geral do mercado de trabalho.
“O nosso objetivo tem sido restaurar a estabilidade dos preços enquanto mantemos um mercado de trabalho forte, evitando os aumentos acentuados no desemprego que caracterizavam episódios anteriores de desinflação,” explicou Powell.
Os mercados esperam que o Fed comece a reduzir as taxas em setembro, embora Powell não tenha confirmado quando a flexibilização da política começará. As atas da reunião de julho do Comitê Federal de Mercado Aberto, divulgadas na quarta-feira, indicam que a “maioria esmagadora” dos membros acredita que um corte em setembro seria apropriado, desde que não haja surpresas nos dados.
Powell também abordou o aumento da inflação, que atingiu seu nível mais alto em mais de 40 anos. Inicialmente, a inflação foi considerada “transitória” e causada por fatores relacionados à Covid-19. No entanto, à medida que a inflação se espalhou dos bens para os serviços, o Fed começou a aumentar as taxas, adicionando 5,25 pontos percentuais à taxa básica.
“A inflação foi um fenômeno global, resultado de aumentos rápidos na demanda por bens, cadeias de suprimento pressionadas, mercados de trabalho apertados e aumentos acentuados nos preços das commodities,” disse Powell.
Ele destacou que a confiança no Fed e as expectativas bem ancoradas ajudaram a economia a evitar uma desaceleração acentuada durante o ciclo de alta das taxas. “As expectativas de inflação ancoradas, reforçadas por ações vigorosas do banco central, podem facilitar a desinflação sem a necessidade de desaceleração econômica,” concluiu Powell.
Ainda há “muito a aprender” com a experiência, segundo Powell, que encerrou seu discurso com uma nota de reflexão sobre os desafios e progressos na política monetária.
O discurso de Powell sinaliza uma possível mudança na política do Fed, com a perspectiva de cortes nas taxas de juros conforme a economia continua a se ajustar às novas condições.
