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Ao menos 14 pessoas morreram e mais de 450 ficaram feridas nesta quarta-feira (18), após explosões de walkie-talkies em diversas áreas do Líbano. O governo libanês confirmou os números um dia depois de que aparelhos semelhantes, usados pelo Hezbollah, detonaram em várias localidades, matando 12 pessoas e ferindo cerca de 2.800. O grupo, apoiado pelo Irã, responsabilizou Israel pelas explosões da terça-feira, ameaçando retaliação e aumentando os temores de um conflito de maior escala na região.
Uma fonte próxima ao Hezbollah informou que os dispositivos explodiram em um bastião do grupo em Beirute, durante os funerais dos membros mortos no dia anterior. “Vários walkie-talkies explodiram nos subúrbios do sul de Beirute”, afirmou a fonte. Equipes de resgate do Hezbollah confirmaram que os dispositivos detonaram dentro de dois veículos na área.
As explosões causaram pânico durante os funerais, relatou um fotógrafo da AFP presente no local. A Agência Nacional de Notícias do Líbano informou que “localizadores” e “outros artefatos” também explodiram em redutos do Hezbollah no leste e sul do país, e correspondentes da AFP ouviram mais explosões nessas regiões.
No leste, na cidade de Baalbek, uma fonte hospitalar relatou que 25 pessoas ficaram feridas após a explosão de walkie-talkies.
O Ataque de Terça-Feira
As novas explosões ocorrem enquanto o Líbano ainda lida com o caos gerado pelos ataques com dispositivos semelhantes na terça-feira, aparentemente parte de uma ação complexa de Israel contra membros do Hezbollah. Além das 12 mortes, entre elas duas crianças, cerca de 2.800 pessoas ficaram feridas, quando centenas de localizadores começaram a explodir em várias partes do Líbano e também na Síria.
Segundo especialistas, os dispositivos foram modificados com explosivos antes de serem entregues aos usuários. A maioria das vítimas está ligada ao Hezbollah, mas ainda não está claro se pessoas sem conexão com o grupo também foram atingidas.
Nesta quarta-feira, surgiram mais detalhes sobre a operação. Os localizadores foram fabricados por uma empresa com sede na Hungria, e uma fonte dos EUA afirmou que Israel informou Washington sobre a operação. Pequenas quantidades de explosivos foram escondidas nos dispositivos, de acordo com a fonte, que falou sob anonimato.
O ataque reacendeu os temores de uma guerra total entre Israel e Hezbollah. O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse que o governo americano está avaliando os impactos da operação nos esforços de cessar-fogo entre Israel e Hamas em Gaza.
Israel já deslocou mais tropas para sua fronteira com o Líbano como precaução, informou uma fonte. Desde 8 de outubro, Hezbollah e Israel têm trocado disparos quase diariamente, após o ataque de Hamas ao sul de Israel, que desencadeou a atual guerra. Centenas de pessoas morreram nos ataques no Líbano, enquanto dezenas perderam a vida em Israel, e milhares foram deslocados de ambos os lados.
Hezbollah, aliado do Hamas e também apoiado pelo Irã, declarou que continuará seus ataques contra Israel como forma de apoio aos palestinos. Em um comunicado, o grupo afirmou que a retaliação pelo ataque de terça-feira ainda está por vir.
O Conselho de Segurança da ONU se reunirá na sexta-feira para discutir a escalada de explosões no Líbano, a pedido da Argélia. A reunião ocorrerá às 15h (19h GMT), de acordo com um porta-voz do conselho.