Entre nos nossos canais do Telegram e WhatsApp para notícias em primeira mão.
Telegram: [link do Telegram]
WhatsApp: [link do WhatsApp]
O Irã executou, na segunda-feira (4), um cidadão judeu condenado pelo assassinato de outro homem em 2022, após uma disputa pessoal, conforme informaram meios de comunicação locais. Esta execução é incomum para um membro de uma minoria religiosa em um país de maioria muçulmana.
O site Mizanonline.ir, afiliado ao poder judiciário iraniano, informou que Arvin Ghahremani, de 23 anos, foi executado após a confirmação da pena de morte pela Suprema Corte do país no ano passado.
O relatório cita Hamid Reza Karimi, promotor da cidade ocidental de Kermanshah, que afirmou que o tribunal, os advogados do condenado e seus familiares não conseguiram convencer a família da vítima, Amir Shokri, a renunciar ao qisas, um conceito do código penal islâmico que exige um castigo equivalente, ou “olho por olho”, e que, na prática, teria perdoado o assassino.
De acordo com o relato, Ghahramani atacou a vítima em frente a uma academia em Kermanshah em 2022, esfaqueando o homem várias vezes após uma disputa sobre um empréstimo de dinheiro. O acusado sempre defendeu que agiu em legítima defesa, alegando ter sido atacado com uma arma branca durante a briga, que resultou na morte de Shokri.
Mahmud Amiri-Moqadam, presidente da organização não governamental Iran Human Rights (IHR), declarou em sua conta na rede social X que a execução ocorre após “um caso e um processo judicial marcados por falhas significativas, como em muitos outros condenados” em casos semelhantes.
“Além disso, Arvin era judeu, e o antissemitismo institucionalizado na República Islâmica desempenhou sem dúvida um papel crucial na execução de sua pena”, afirmou Amiri-Moqadam, lembrando que o incidente ocorre “em meio às ameaças de guerra com Israel”.
Os cidadãos judeus são uma minoria pequena no Irã, que tem uma população de 85 milhões de habitantes. Em 1999, o Irã prendeu 13 judeus acusados de espionagem para Israel, condenando vários a até quatro anos de prisão. Muitos judeus fugiram do país após a Revolução Islâmica de 1979, e as estimativas atuais sugerem que cerca de 20.000 judeus permanecem no Irã. A maioria da população iraniana é muçulmana xiita, e o governo é liderado por clérigos de linha-dura que pregam uma versão rigorosa do Islã.