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A cidade de Nova Déli, capital da Índia, determinou nesta quinta-feira (14) a suspensão das aulas presenciais nas escolas primárias até novo aviso, devido ao agravamento da poluição no ar. A região metropolitana, que abriga mais de 30 milhões de pessoas, ocupa posições de destaque nos rankings globais de poluição atmosférica durante o inverno.
A qualidade do ar em Nova Déli é responsável por milhares de mortes prematuras anualmente e causa grandes transtornos para seus habitantes. Apesar de várias iniciativas governamentais, o problema persiste sem soluções eficazes.
“Devido ao aumento dos níveis de poluição, todas as escolas primárias em Déli mudarão para aulas online, até novas instruções”, anunciou o ministro-chefe Atishi, que atende por apenas um nome, na plataforma de mídia social X.
Durante a crise anual de poluição, que ocorre principalmente no inverno, as escolas frequentemente fecham suas portas. Além disso, o governo impõe restrições à atividade de construção e limita a circulação de caminhões movidos a diesel, como parte das tentativas de mitigar os efeitos das nuvens tóxicas que cobrem a capital.
Nesta semana, os moradores de Nova Déli enfrentaram céu nublado e gases poluentes. Os níveis de PM2,5 — micropartículas altamente prejudiciais à saúde, responsáveis por doenças como câncer — foram registrados mais de 50 vezes acima do limite diário recomendado pela Organização Mundial da Saúde, na quarta-feira.
A poluição na cidade é exacerbada pela queima de restolho por fazendeiros para preparar seus campos para a nova safra, além da poluição proveniente de fábricas e do tráfego.
O inverno, que vai de outubro a janeiro, agrava a situação, com temperaturas mais baixas e ventos fracos que retêm os poluentes. No mês passado, a Suprema Corte da Índia reconheceu o ar limpo como um direito humano fundamental, ordenando que o governo central e as autoridades estaduais adotassem medidas mais eficazes.
Entretanto, críticos apontam que as disputas políticas entre líderes estaduais e autoridades federais têm dificultado o enfrentamento do problema. Políticos seriam relutantes em adotar medidas impopulares para não desagradar poderosos grupos agrícolas.
Diversas iniciativas, como o uso de caminhões para borrifar água e um novo esquema com drones para pulverizar névoa de água, foram lançadas, mas são amplamente vistas como soluções temporárias.
Estudo da revista The Lancet revelou que, em 2019, a poluição do ar foi responsável por 1,67 milhão de mortes prematuras na Índia, o país mais populoso do mundo.
Enquanto isso, pesquisadores alertam que as emissões de combustíveis fósseis, que intensificam o aquecimento global, devem atingir um recorde este ano, de acordo com dados do Projeto Global de Carbono.