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O escritório do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, negou neste domingo as informações que atribuem ao Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) a divulgação de uma lista com 34 reféns que seriam libertados dos mais de cem mantidos na Faixa de Gaza, conforme uma solicitação feita por Israel como parte de um possível acordo de cessar-fogo.
“Ainda não houve a entrega de uma lista de reféns por parte do Hamas”, afirmou o escritório de Netanyahu, em comunicado divulgado pelo jornal ‘The Times of Israel’.
A televisão israelense Canal 12 noticiou que o Hamas teria enviado a lista, mas sem confirmar quais dos indivíduos mencionados estão vivos e quais não estão.
Anteriormente, havia sido informado que Netanyahu se reuniria neste domingo à tarde com seu Gabinete de Segurança, em meio a negociações para a liberação de reféns.
Enquanto isso, o chefe do Mossad, David Barnea, principal negociador israelense, deve viajar para o Catar nesta segunda-feira para participar das negociações, conforme publicado pelo jornal israelense ‘Yedioth Aharonoth’.
O jornal qatari Al Arabi al Yadid informou que este domingo é um “dia decisivo” para as negociações de Doha, após a superação de obstáculos. Fontes citadas pela televisão pública israelense Kan indicam avanços durante o fim de semana, mas desmentem a existência de um princípio de acordo.
Um funcionário do Hamas, que pediu anonimato devido à natureza das negociações indiretas, disse à AFP que os 34 reféns que serão incluídos no primeiro intercâmbio são todas mulheres, crianças, idosos e prisioneiros doentes ainda em cativeiro em Gaza.
O funcionário afirmou que o Hamas precisa de tempo para determinar se as pessoas estão vivas ou não.
“O Hamas concordou em liberar os 34 prisioneiros, vivos ou mortos. No entanto, o grupo precisa de uma semana de calma para se comunicar com os capturadores e identificar os vivos e os mortos”, afirmou o funcionário.
Dos 251 reféns capturados no ataque de 7 de outubro de 2023, que deu início à guerra, 96 ainda estão em Gaza, incluindo 34 que o exército israelense afirma estarem mortos.
No sábado, milhares de manifestantes saíram às ruas das principais cidades de Israel para exigir que o governo do primeiro-ministro firmasse um acordo com as milícias palestinas para a liberação dos reféns.
A maior concentração foi em Tel Aviv, onde a Polícia prendeu seis manifestantes na famosa rua Begin, após se recusarem a liberar a via, conforme noticiado pelo jornal The Times of Israel.
A Polícia usou cavalos para dispersar os manifestantes, que gritavam palavras de ordem contra a intervenção policial.
Um dos oradores fez um apelo ao presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. “Acabe com essa guerra”, afirmou Omri Lifshitz, filho da refém libertada Yocheved Lofshitz.
O sobrinho de um dos reféns mortos, Shahar Mor, também se dirigiu a Trump: “Parem com a campanha de vingança em Gaza. Precisamos de nossos reféns de volta. Estamos morrendo sem eles”, disse. “A administração anterior falhou miseravelmente. Você pode fazer melhor”, acrescentou.
Em Jerusalém, várias manifestantes ficaram apenas de roupa íntima na rua King George, exibindo mensagens em hebraico e árabe denunciando as condições no frio da Faixa de Gaza, com frases como “Em Gaza, estão morrendo de frio”.
A maior parte da manifestação seguiu até a Praça de Paris, próxima à residência oficial de Netanyahu, sem registros de prisões.
(Com informações de EP e AFP)
