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O grupo Hamas entregou à Cruz Vermelha cinco dos seis reféns israelenses que havia se comprometido a libertar neste sábado. O sexto refém será devolvido em um momento privado.
Em uma cerimônia no centro de Gaza, Hamas libertou três jovens israelenses que haviam sido capturados no festival Nova durante o ataque de 7 de outubro de 2023. Com isso, já são cinco reféns soltos neste sábado, dos seis previstos.
Os libertados são Omer Shem Tov, de 22 anos, Omer Wenkert, de 23, e Eliya Cohen, de 27, todos sequestrados no festival Nova. Eles apareceram vestindo roupas cáqui e aparentavam estar em boas condições de saúde durante a entrega, transmitida ao vivo por vários veículos de comunicação.
A cerimônia ocorreu no campo de refugiados de Nuseirat, onde dezenas de milicianos palestinos armados e mascarados estavam presentes. Os reféns foram levados a um palco, onde acenaram para o público enquanto seguravam documentos entregues pelo grupo islâmico.
Pouco depois de entrarem nos veículos da Cruz Vermelha, o Exército de Israel informou que os reféns estavam a caminho do ponto de entrega às tropas israelenses dentro de Gaza. O Exército também declarou estar preparado para receber o sexto refém, Hisham al Sayed, um beduíno que está em poder do Hamas há uma década.
A libertação dos três jovens ocorreu horas depois de Hamas soltar outros dois reféns em Rafah, no sul de Gaza, totalizando cinco dos seis previstos para este sábado.
Resta agora a entrega do refém beduíno, de 37 anos, que morava no deserto de Neguev antes de entrar em Gaza em 2015. Desde então, ele está sob o controle do Hamas. Em 2022, o grupo divulgou um vídeo mostrando Al Sayed – diagnosticado com esquizofrenia – em péssimas condições de saúde, acamado e utilizando uma máscara de oxigênio.
Durante a cerimônia em Nuseirat, uma funcionária da Cruz Vermelha subiu ao palco, decorado com imagens de líderes falecidos do Hamas, e assinou com um miliciano palestino o documento de entrega dos reféns, um ritual comum nas libertações promovidas pelo grupo.
Os três israelenses libertados passarão por uma avaliação médica inicial em uma base militar antes de serem transportados de helicóptero para um hospital em Israel.
Esse foi o sétimo processo de troca de reféns israelenses por prisioneiros e detidos palestinos na primeira fase da trégua entre Hamas e Israel, em que se espera a libertação de pelo menos 600 palestinos pelas autoridades israelenses.
O refém mais jovem do grupo, Omer Shem Tov, tinha 20 anos quando foi sequestrado. No dia do ataque, ele entrou em um carro com um amigo e enviou sua localização à família por telefone, que viu a movimentação dele para Gaza antes de perder o contato.
Já Omer Wenkert, de 23 anos, foi sequestrado no mesmo dia. Seus pais receberam um vídeo na manhã do ataque mostrando-o amarrado na parte traseira de uma caminhonete, vestindo apenas roupas íntimas, a caminho de Gaza.
O mais velho dos três, Eliya Cohen, foi ao festival Nova com sua noiva. Eles tentaram se esconder entre corpos em um abrigo antibombas, mas os milicianos palestinos capturaram Cohen e o levaram como refém.
Sua família informou recentemente à imprensa palestina que recebeu notícias sobre sua situação em Gaza, afirmando que ele passou parte do cativeiro acorrentado e que, desde 7 de outubro, tem um ferimento a bala na perna.
A libertação dos três jovens ocorreu após a soltura, no sul de Gaza, de Avera Mengistu, um israelense de origem etíope que estava sequestrado pelo Hamas há mais de uma década, e de Tal Shoham, um israelense-austríaco capturado no kibutz Beeri em outubro de 2023.
Com a libertação dos seis reféns neste sábado, a troca de 25 sequestrados vivos – além de cinco cidadãos tailandeses libertados inesperadamente – será concluída nesta primeira fase do cessar-fogo, que dura 42 dias e termina em 1º de março.
Ainda resta a entrega, na próxima quinta-feira (27), dos últimos quatro corpos mantidos pelos milicianos em Gaza. Em troca, Israel deverá libertar mais prisioneiros e detidos palestinos no sábado.
Uma segunda fase de negociações está prevista para discutir a libertação de soldados israelenses ainda em cativeiro em troca de palestinos, mas as tratativas para essa nova etapa ainda estão no início, segundo fontes do Hamas e do governo israelense.
(Com informações da EFE)
