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A influência dos grandes doadores na política dos Estados Unidos foi novamente evidenciada nas eleições de 2024, quando o presidente eleito Donald Trump recebeu um apoio financeiro sem precedentes. A revista Fortune destacou que um dos principais benefatores de Trump foi o herdeiro de uma das mais antigas fortunas industriais do país, que contribuiu com 125 milhões de dólares para o Make America Great Again, Inc., organização destinada a apoiar a campanha republicana.
De acordo com documentos da Comissão Federal de Eleições, esse bilionário se destaca como um dos doadores privados mais significativos deste ciclo eleitoral, motivado pelo interesse em impulsionar a agenda política de Trump e de outros candidatos alinhados. Além disso, o apoio financeiro não se limitou à campanha presidencial, estendendo-se a candidatos republicanos para o Congresso, totalizando 165 milhões de dólares em contribuições políticas, conforme dados do site de transparência financeira Open Secrets.
Quem é o doador bilionário de Trump
O doador em questão é Timothy Mellon, empresário e herdeiro da proeminente família Mellon, destacada nos setores bancário e industrial dos Estados Unidos. Formado pela Universidade de Yale, ele fundou em 1981 a Guilford Transportation Industries, uma empresa de transporte ferroviário que adquiriu várias linhas no nordeste do país.
O apoio de Mellon a figuras republicanas e conservadoras não surpreende aqueles que conhecem a história de sua família, ligada a uma das fortunas industriais mais importantes da história dos Estados Unidos. Ele é neto de Andrew Mellon, magnata da “Idade de Ouro” que consolidou sua fortuna no início do século XX e foi secretário do Tesouro entre 1921 e 1932, deixando uma marca significativa na política econômica do país.
A fortuna da família Mellon teve origem em setores como banca, indústria e investimentos, áreas nas quais o patriarca da família obteve grandes lucros no desenvolvimento de empresas emergentes da época. Esse legado financeiro tem sustentado o poder aquisitivo da família por mais de um século, posicionando-a hoje como uma das mais ricas dos Estados Unidos, com um valor estimado de 14 bilhões de dólares, de acordo com a Forbes.
Embora o valor exato dos ativos de Timothy Mellon não seja completamente claro, diversas estimativas indicam que sua fortuna varia entre 700 milhões de dólares e 4 bilhões de dólares.
A discrição de Mellon e sua relação com a política
Apesar da magnitude de suas contribuições, Mellon mantém-se distante dos holofotes da mídia, e seu relacionamento com os políticos que apoia é discreto. Essa postura contrasta com a de outros bilionários, como Elon Musk, que também doou ao menos 119 milhões de dólares para a candidatura de Trump, mas de forma muito mais pública.
As opiniões polêmicas de Mellon
Ao longo dos anos, Mellon expressou opiniões políticas controversas, especialmente em relação ao governo e aos programas de assistência social nos Estados Unidos. Conhecido por suas posições conservadoras e críticas ao papel do Estado na economia, Mellon descreveu os programas de ajuda governamental como “uma forma moderna de escravidão”.
Em sua autobiografia, publicada em 2015, ele argumentou que esses programas geram dependência e minam a iniciativa de trabalho de seus beneficiários, refletindo sua oposição às políticas de bem-estar social.
Seus comentários têm sido considerados racistas por diversos meios de comunicação e observadores, mas ele permanece firme em suas crenças, afirmando que não se arrepende do que escreveu. Em entrevista à Bloomberg em 2020, Mellon reafirmou sua postura, dizendo que “disse tudo o que queria dizer” e que não tem intenção de se retratar.