Mercados globais caem com tensões comerciais entre EUA e China e instabilidade política na Europa e Japão

Os mercados bursáteis mundiais registraram queda significativa nesta terça-feira (14), acompanhando a baixa nos preços do petróleo, em meio a preocupações renovadas sobre a guerra comercial entre Estados Unidos e China e a turbulência política em Japão e França.

Os futuros do S&P 500 recuaram 1% antes da abertura, enquanto os futuros do Dow Jones caíram 0,6%. O índice Nasdaq teve a maior perda, com queda de 1,3%, refletindo a ampla desvalorização das ações de empresas de tecnologia.

O movimento de baixa veio após a China anunciar sanções contra subsidiárias americanas de um importante estaleiro sul-coreano, abalando uma sensação de calma sobre as tensões comerciais com Washington.

O Ministério do Comércio da China informou que proibirá transações de empresas chinesas com cinco filiais do Hanwha Ocean, afetando os esforços do presidente Donald Trump de reforçar a indústria naval nos EUA.

“A China acabou de transformar a construção naval em uma arma”, afirmou Kun Cao, vice-diretor executivo da consultoria Reddal, à AP.
“Pekim está sinalizando que atingirá empresas de terceiros países que ajudem Washington a contrabalançar o domínio marítimo da China.”

Coreia do Sul e Estados Unidos vêm estreitando laços na construção naval em resposta ao domínio da China como maior construtora naval do mundo. O Hanwha adquiriu o estaleiro Philly Shipyard, na Pensilvânia, e possui contratos com a Marinha dos EUA para manutenção e reparo de navios.

As ações do Hanwha Ocean caíram 5,8% em Seul nesta terça, enquanto o índice Kospi recuou 0,6%, fechando aos 3.561,81 pontos.

A China também declarou estar “pronta para lutar até o fim” na guerra comercial, após Trump anunciar tarifas adicionais de 100% sobre produtos chineses, reagindo a controles de exportação anunciados por Pequim na semana anterior sobre territórios estratégicos de terras raras. O presidente americano ainda informou que Washington aplicará controles de exportação sobre softwares críticos a partir de 1º de novembro.

“A última escalada na batalha comercial entre EUA e China também pesou sobre o sentimento dos mercados”, destacou Joshua Mahony, analista-chefe da Scope Markets, à AFP.

Europa lidera perdas; Japão e França em alerta político

Na Europa, os mercados da eurozona lideraram as quedas, com Frankfurt recuando 1,5% e Paris perdendo 1,3%. Londres teve perdas menores, de 0,6%, enquanto a libra esterlina enfraqueceu após dados fracos de emprego, impactando multinacionais.

No Japão, o mercado de Tóquio fechou em queda de 2,6%, antes de uma reunião entre partidos de oposição para escolher um candidato único ao cargo de primeiro-ministro, com o objetivo de retirar o partido governante do poder. O movimento ocorre após o colapso da coalizão governista na semana passada, que colocou em risco a candidatura de Sanae Takaichi, primeira mulher a disputar o cargo no país.

Em França, o primeiro-ministro Sebastien Lecornu se preparava para um discurso de alto risco em um parlamento dividido, com dois partidos tentando derrubar seu governo.

Preço do petróleo recua

No setor energético, o petróleo cru dos EUA perdeu US$ 1,36, cerca de 2,3%, fechando a US$ 58,13 por barril. Já o Brent, referência internacional, caiu US$ 1,37, a US$ 61,93 por barril.

Com informações da AP e AFP