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A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) enviou ofício ao governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), pedindo seu empenho pessoal para garantir a vida do jornalista Adécio Piran, editor do jornal Folha do Progresso. O veículo foi o primeiro a denunciar o “dia do fogo”, em 5 da agosto, data em que fazendeiros daquela região combinaram, segundo a reportagem, a pratica de incêndios florestais em conjunto. O jornalista está sendo ameaçado e seus anunciantes estão sendo pressionados a abandonar o jornal, segundo o ofício.
A nota diz que a ABI está ciente de que a Polícia Civil já abriu procedimentos investigatórios para apurar as ameaças, mas que considera “importante” solicitar o empenho do governador. Também diz ser importante garantir a sobrevivência da Folha do Progresso, que existe há 20 anos, “ora ameaçado por pressões feitas a anunciantes”.
No documento, a ABI destaca ainda que, depois de publicada a reportagem, os incêndios florestais na região se intensificaram. O texto cita dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) que apontam 300% de aumento no número de focos de queimada no Sudoeste do Pará, na região de Novo Progresso, pouco após a divulgação da matéria jornalística.
“Essa confirmação, no nosso entendimento, demonstra a seriedade do trabalho exercido pelo jornalista e torna ainda mais graves as ameaças que lhe estão sendo dirigidas”, afirma o ofício. As ameaças são descritas como “uma tentativa de cerceamento do seu trabalho profissional e um ataque à liberdade de expressão.
A reportagem sobre o “dia do fogo” dizia que fazendeiros de Novo Progresso combinaram de incendiar focos florestais como forma de chamar atenção do governo federal para o fato que eles queriam “trabalhar”. A notícia teve repercussão internacional.
Com Agência Estado