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O ex-presidente e senador, Fernando Collor (PROS) criticou, durante entrevista à Folha, divulgada nesta terça-feira (17), as declarações de Bolsonaro sobre líderes de outros países e comentou, projetando dificuldades para o atual presidente.
“O prejuízo existe sobretudo na imagem do Brasil lá fora. A imagem do Brasil se ressente muito dessas imprecações, de ambos os lados, não é só do lado brasileiro. Na relação entre os presidentes, nem sempre as conversas são as mais agradáveis, mas o importante é que se estabeleça o respeito”, diz Collor.
“Eu acredito que em algum momento o presidente irá refletir sobre a sua postura com chefes de Estado de outros países, para trazê-la para o campo da racionalidade. Porque isso vai atender os interesses superiores do Brasil. Não essa discussão por meio da mídia, falando essas coisas de chefes de Estado que, meu Deus! É algo que me deixa assustado.”
Collor ainda deu a entender que Bolsonaro terá problemas caso não construa uma sólida base de apoio no Congresso:
“O que me preocupa é o fato de a base do governo no Congresso não estar constituída. Nós estamos com oito meses [de governo] e não temos uma definição clara sobre quem é base e quem é oposição. Não podemos levar em conta, para calcular a base, a votação da Reforma da Previdência na Câmara. Aquilo não foi fruto de apoio do governo, mas de uma grande articulação feita e coordenada pelo presidente Rodrigo Maia. Então, me preocupa essa maioria não estar bem delineada. É uma regra básica e fundamental, mas às vezes as pessoas se descuidam. Num sistema presidencialista como o nosso, não se consegue governo sem uma maioria dentro do Congresso. Ou se tem essa maioria, ou não se governa”, afirmou Collor.
Perguntado sobre a possibilidade de impeachment de Jair Bolsonaro, Fernando Collor respondeu:
“Eu acho que a palavra impeachment ficou um pouco corriqueira no Brasil. Não sem justificadas razões, porque já foi empregado duas vezes num período muito curto. Eu não diria um impeachment. Mas eu diria seríssimas dificuldades, que não saberia se ele [Bolsonaro] teria condições de superar.”