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Os Estados Unidos (EUA) apresentou nesta quarta-feira (15) ao Conselho da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) uma recomendação formal para que o Brasil entre no grupo formado pelos países mais desenvolvidos do mundo, segundo informações do Itamaraty.
A OCDE funciona como uma espécie de clube dos 36 países mais ricos do mundo e atua na cooperação e discussão de políticas públicas e econômicas para guiar as nações associadas. Para fazer parte, é preciso seguir uma série de medidas econômicas liberais, como o controle fiscal e da inflação. Em troca, o país recebe um “selo” de investimento e pode se tornar mais atrativo.
O governo brasileiro comemorou a oficialização do apoio americano e disse que a iniciativa “reflete o amadurecimento de uma parceria que vem sendo construída desde o início do governo Bolsonaro”.
A entrada no Brasil na organização havia sido solicitada em 2017, mas não prosperou. No ano passado, o presidente Jair Bolsonaro levou o pedido ao presidente americano, Donald Trump, que afirmou apoiar a iniciativa. Em outubro, porém, o governo americano acabou endossando apenas a entrada da Argentina e da Romênia no grupo. O fato foi recebido com insatisfação pelo governo brasileiro, que realizou diversas concessões aos americanos nos últimos meses.
A posição da gestão Donald Trump foi revista com a nova manifestação desta quarta junto à OCDE, recomendando a inserção do Brasil no lugar da Argentina.
Em nota, a embaixada dos EUA em Brasília afirma que “o governo brasileiro está trabalhando para alinhar as suas políticas econômicas aos padrões da OCDE enquanto prioriza a adesão à organização para reforçar as suas reformas políticas”, disse.
Para integrar a OCDE, o Brasil abre mão do tratamento especial que recebe na OMC (Organização Mundial do Comércio), que reúne mais de 160 países. A lista inclui países que se autodenominam “em desenvolvimento” e que, por isso, têm vantagens, como mais prazo para cumprir acordos, entre outras regras.
Veja a nota do Ministério das Relações Exteriores:
“O governo brasileiro recebeu com satisfação a notícia de que os EUA apresentaram hoje, ao Conselho da OCDE, proposta de início imediato do processo de acessão do Brasil.
Trata-se de passo fundamental para destravar o processo de expansão da organização. Esperamos que todos os membros da organização cheguem rapidamente a um entendimento que permita o início do processo de acessão do Brasil.
A posição dos EUA reflete o amadurecimento de uma parceria que vem sendo construída desde o início do governo Bolsonaro, baseada em coincidência de visões de mundo. Trata-se de relação estratégica de longo prazo, que se desenvolve em torno de três eixos principais: valores/democracia, crescimento econômico, e segurança/defesa”