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Michel Temer, ex-presidente da república, afirma que ligou para o atual presidente Jair Bolsonaro, com a inteção de pedir para que o chefe de estado decrete isolamento social em todo o país, preservando serviços essenciais, por pelo menos 10 dias, com a reavaliação da decisão após esse período tendo como objetivo centralizar a ação de combate ao coronavírus.
“Me julguei no direito e no dever de dar um telefonema, que ele recebeu muito bem. Mas no dia seguinte foi na feira da Ceilândia, um pouco fora dos padrões do isolamento social”, revelou Temer, em uma live organizada pela Necton Investimentos.
Temer ainda destacou que na época da greve dos caminhoneiros e da Operação Carne Fraca, o governo constituiu um gabinete de crise, pelo qual era feito o contato com os governadores. E de acordo com ele foi “Pacifica a situação”, disse.
“Bolsonaro tem feito o possível no combate ao coronavírus. Mas acho que ele deveria centralizar isso tudo. Temos sistema federativo, em que os governadores e prefeitos podem tomar decisões. Mas no presidencialismo quem dá o tom é o presidente.”
Quando contestado sobre a avaliação do governo Bolsonaro, Temer foi positivo e disse que “vinha muito bem” no plano econômico.
“Eu penso que ele foi bem até certo momento. Nesse momento, começou a ter muita divergência em momento que não deveria ter divergência. Se todos estão na mesma direção, para quê disputa política?“, indagou, citando as medidas de combate ao vírus em São Paulo.
Referente as ações econômicas para atenuar o efeito da crise do coronavírus, Temer avaliou que agora o importante é salvar vidas e que os impactos fiscais devem ser enfrentados depois. Ele ainda alegou que concorda um pouco que a execução das medidas está um pouco demorada e que o governo tem de ser ágil, principalmente no socorro à população mais vulnerável, sob o risco de aumentar a violência por algo “trivial”: a fome.
Segundo Temer, Bolsonaro também deveria “preservar sua palavra” e que o hábito do presidente da República de falar com a imprensa toda manhã acaba criando muitas contestações sobre o que foi dito o dia todo.
“A palavra do presidente tem grande significado, por isso Bolsonaro precisaria preservá-la.” afirmou na live.