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Em depoimento prestado à Polícia Federal nesta segunda-feira (11), o chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, negou ter proximidade com o clã presidencial e aproveitou o interrogatório para fazer críticas a atuação de Sergio Moro ao sair do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Ramagem definiu como “intransigente” a atuação do ex-ministro e insubordinado por ter desrespeitado a hierarquia ao bater de frente com o presidente da República sobre a troca de comando na PF.
“O ex-ministro Moro, ao adentrar ao Executivo federal, e tratar especificamente de Polícia, poderia se ater a princípios e valores de hierarquia, lealdade e preferência da lei, até porque não houve qualquer comando ilegal emanado do Presidente da República”, afirmou Ramagem.
No ponto de vista do delegado, o então ministro da Justiça só não aceitou seu nome e passou a desqualifica-lo perante a opinião pública porque ele não fazia parte do “núcleo restrito de delegados de Polícia Federal próximos ao então ministro, uma vez que, diante dos fatos ora relatados, não haveria um impedimento objetivo que pudesse conduzir à rejeição de seu nome” para assumir o comando da corporação.
Apesar de Moro não falar mal do nome do depoente em seus pronunciamentos ainda assim fez questão de desqualificar Ramagem para a posição de diretor-geral da Polícia Federal. A desqualificação aconteceu através de argumento inverídico de intimidade familiar nunca antes tido como premissa ou circunstância, apenas como subterfúgio para indicação própria sua de pessoas vinculadas ao seu núcleo diretivo de sua exclusiva escolha.
Ramagem ainda fez questão de destacar que não mantem laços de amizade com o clã presidencial. Ele disse ter “ciência de que goza da consideração, respeito e apreço da família do presidente Bolsonaro pelos trabalhos realizados e pela confiança do presidente da República no seu trabalho, mas não possui intimidade pessoal com seus entes familiares”.
De acordo com Ramagem, enquanto não representava uma ameaça a Moro na Polícia Federal, ele era inclusive elogiado pelo então ministro. “É de conhecimento do depoente que o ex-ministro Moro constantemente elogiava o seu trabalho, convidando-o para diversas reuniões de inteligência de cúpula, auxílio nas questões de segurança de alguns estados da federação”, concluiu.