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O prefeito Bruno Covas (PSDB) decidiu manter o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) no cargo de coordenador do seu plano de governo à reeleição. Como mostrou o Estadão, a escolha desagradou a tucanos ligados ao governador João Doria e até aliados do prefeito, que temem o impacto negativo na campanha municipal após o indiciamento do ex-governador na quinta-feira, 16, pela Polícia Federal, por corrupção passiva, falsidade ideológica eleitoral e lavagem de dinheiro.
Havia a expectativa de que o próprio Alckmin desistisse da coordenação. “Nenhum tucano de verdade pensaria dessa forma. O ex-governador Geraldo Alckmin tem todo o nosso respeito por sua história, trajetória e realizações”, disse Wilson Pedroso, coordenador da campanha de Bruno Covas, após a publicação da reportagem. “(Alckmin) é fundador do PSDB e agora, na coordenação do plano de governo da campanha de Bruno Covas, colocará sua experiência à disposição da cidade de São Paulo.”
Ontem, a defesa de Alckmin classificou o indiciamento como “injustificável” e “precipitado”. A Polícia Federal enquadrou o tucano no inquérito que apura repasses de R$ 10,3 milhões da Odebrecht às suas campanhas ao governo do Estado, em 2010 e 2014.
Segundo os advogados Marcelo Martins de Oliveira e José Eduardo Rangel de Alckmin, que o representam, a ação da PF “feriu um dos princípios basilares do Estado democrático de Direito: o direito do contraditório e da ampla defesa”.
Os desdobramentos das investigações no âmbito da Operação Lava Jato sobre Alckmin e o senador José Serra (PSDB), denunciado pelo Ministério Público Federal no começo de julho, juntamente com a filha, Verônica, por lavagem de dinheiro transnacional, deixaram tucanos apreensivos. O temor é de que as acusações tenham impacto nas campanhas do PSDB para prefeituras em todo o Estado.
Mas diferentemente do que ocorreu com o deputado Aécio Neves (PSDB-MG), alvo de um pedido de expulsão do partido pelos diretórios municipal e estadual após ser flagrado em um áudio pedindo dinheiro emprestado aos empresários da JBS, Serra e Alckmin têm sido poupados pela burocracia da legenda.