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O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), acusou nesta terça-feira (27), durante coletiva de imprensa, o governo de não ter interesse em votar medidas provisórias.
Ao ser perguntado sobre quando a Câmara vai retomar as sessões de votação, Maia afirmou que não sabe: “Não sou eu que estou obstruindo [as votações], é a base do governo”.
Os partidos Avante, PL, PP e PSD têm obstruído votações na Casa devido a disputas na instalação da Comissão Mista de Orçamento (CMO). A oposição, PT, PDT, PSB, PCdoB, PSOL e Rede, também obstruiu sessões como uma forma de protesto para que a Medida Provisória 1.000, que prorroga o auxílio emergencial, seja pautada na Casa.
“A esquerda de forma legítima faz protesto pela MP 1.000”, afirmou Maia. “Se o governo não tem interesse nessas medidas provisórias, eu não tenho o que fazer. Eu pauto, a base obstrui e eu cancelo a sessão. Infelizmente, é assim”, disse o presidente da Câmara.
Nas últimas duas semanas, as sessões foram derrubadas por falta de quórum. Nenhum projeto foi votado.
“Eu espero que, quando nós tivermos que votar a PEC emergencial, a reforma tributária, o governo tenha mais interesse e a própria base tire a obstrução da pauta da Câmara”, disse Maia, que afirmou que a reforma tributária já está incluída na pauta da Casa. “Agora, quando também tiver uma medida provisória importante que vá vencer, talvez outros façam obstrução para que o governo entenda que a Câmara precisa trabalhar”, ameaçou.
Para Maia, as MPs deveriam ser mais do interesse da base do que da oposição.
“Seria importante, até porque, na hora de votar as emendas constitucionais, o governo vai precisar de 308 votos”, explicou. “A gente precisa de um ambiente de menos conflito para votar matérias dificílimas, começando pela regulamentação do teto de gastos”.