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Candidato derrotado à presidência da República em 2018, Fernando Haddad (PT) não é mais colunista do jornal Folha de S. Paulo. Em seu último artigo de despedida, que foi ao nesta sexta-feira (8), o petista acusou a Folha de desqualificar com “expediente discursivo desrespeitoso, ao estilo bolsonarista” e de “agredir pessoas de forma estúpida”.
Em editorial do veículo publicado no último domingo (3), o jornal se referiu a Haddad de “poste”.
“Fernando Haddad assumiu o papel de poste e a chapa surfou nos votos que Lula ainda era capaz de amealhar, sendo derrotada por Jair Bolsonaro no segundo turno sem conseguir apoios expressivos”, diz o trecho do editorial do veículo.
O texto foi publicado depois que ele reagiu nas redes sociais a um artigo do jornal O Estado de S. Paulo, que sugeria que o Supremo Tribunal Federal (STF) mantivesse a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Na semana passada, ocorreu um episódio insólito. Uma jornalista sugeriu, em artigo publicado no Estadão, que o STF mantivesse a condenação de Lula e desconsiderasse as provas de parcialidade de Moro. E por quê? Para evitar que Lula seja candidato em 2022, o que, supostamente, favoreceria a candidatura de Bolsonaro. Reagi, nas redes sociais, afirmando que, diante de tanta infâmia e covardia, restava ao PT reafirmar os argumentos da defesa de Lula e relançá-lo à Presidência.
Em editorial, segunda-feira (4/1), este jornal resolveu me atacar de maneira rebaixada. Incapaz de perceber na minha atitude a defesa do Estado de Direito, interpretou-a como tentativa oportunista de eu próprio obter nova chance de disputar a eleição presidencial, ou seja, que seria um gesto motivado por interesse pessoal mesquinho. Simplesmente desconsiderou que, nos últimos dois anos, em todas as oportunidades, inclusive em entrevista recente ao jornal, defendi sempre a mesma posição, qual seja, a precedência da candidatura de Lula.”, diz trecho da despedida de Haddad da Folha.