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Ao contestarem o uso de mensagens roubadas da força-tarefa, os procuradores da Lava Jato também disseram que, antes da apreensão dos equipamentos usados por hackers para a invasão de suas contas, “pode ter havido inúmeras adulterações e edições das cópias”.
Desde a semana passada, a defesa do petista condenado Lula, que obteve o material após decisão do ministro Ricardo Lewandowski, vem anexando ao processo no STF trechos dos diálogos, extraídos dos arquivos por um perito particular.
De acordo com os procuradores da Lava Jato, essa perícia não atesta a integridade ou autenticidade das conversas, uma vez que apenas que não garante que as mensagens tenham sido alteradas no passado. Só atesta que elas não sofreram adulterações após sua apreensão.
“A perícia realizada no material não atestou – e nem poderia – que o material apreendido é o mesmo material que era mantido nas contas de Telegram das autoridades hackeadas. Isso porque, antes de sua apreensão, o material ficou por longo tempo em poder do hacker e pode ter havido inúmeras adulterações e edições das cópias, o que torna a prova imprestável. Some-se que o material foi apreendido com hackers com extensa ficha criminal, que inclui delitos de fraudes e falsidades”, diz ofício enviado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), à Procuradoria-Geral da República (PGR) e ao CNMP.
Outra possibilidade de falsidade das conversas ocorre pelo próprio modo como as invasões ocorreram, de acordo com os procuradores:
“Há evidências na operação Spoofing inclusive de que os hackers se fizeram passar pelos donos das contas e travaram conversas totalmente falsas com terceiros. Assim, não se tratou apenas do hackeamento de uma cópia, mas de acesso ao aplicativo em paralelo ao real titular da conta, com todas as prerrogativas deste. Como o telegram permite que quem acesse online as contas edite ou apague mensagens, sem que isso fique registrado no curso das conversas, o hacker teve acesso à livre adulteração das conversas com as prerrogativas de titular das contas”.
No documento, os procuradores negam suposta tentativa de investigar informalmente ministros do STJ e alerta para o risco de anulações em cadeia de condenações, no âmbito da operação, com o uso das mensagens.