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Collor impeachment Bolsonaro
Em entrevista à Jovem Pan, o ex-presidente da República e atual senador Fernando Collor disse que não vê semelhanças entre a crise que causou seu impeachment e os desafios do governo de Jair Bolsonaro.
Para ele, Bolsonaro não tem que ser afastado do cargo.
“A falta de sustentação política que eu não tinha no Congresso me fragilizou demais e fez com que o processo de impeachment corresse celeremente, o que levou ao meu afastamento. No momento não se fala em impeachment, é descabida e desmedida essa possiblidade até porque ele está exercendo o seu poder, a sua função. Nota-se que ele tem uma boa intenção de acertar, fazer o melhor com as suas convicções”, afirmou nesta segunda-feira (22).
De acordo com Collor, ao comparar momentos de crise, os dele estavam vinculados à questão política — enquanto os do atual gestor dizem respeito ao melhor caminho para combater a Covid-19.
Na entrevista, o ex-presidente evitou falar do cenário para as eleições presidenciais de 2022: “O cenário que teremos daqui a dois anos será completamente diferente dos traçados hoje pelos analistas e cronistas políticos. Eles não tem o dom da bola de cristal, da varinha de condão, que no ‘plin plin’ dizem o que vai acontecer.”
Ele acrescentou que, em vez de pensar nas eleições, o foco deveria ser a erradicação da Covid-19. Sobre a substituição do ministro Eduardo Pazuello pelo médico Marcelo Queiroga estar demorando para ser publicada no Diário Oficial da União, Collor lembrou que “isso acontece” e faz parte dos percalços de uma administração pública. Para ele, a única saída para a crise gerada pela pandemia é a vacinação.
“Temos que nos concentrar na compra e aquisição de vacinas. Elas, sim, vão resolver os problemas que estamos sofrendo com essa pandemia”, completou.
O senador também criticou as medidas de distanciamento social adotadas por diversos governadores e defendeu um bom diálogo com o governo federal para que se busque o consenso. Para ele, é momento de conversa.
“Se não está havendo consenso dentro dos próprios partidos, imagina no restante do gigantesco Brasil”, lembrou, se referindo ao desentendimento entre o prefeito da capital paulista, Bruno Covas, e o governador do Estado, João Doria, em relação às medidas adotadas de antecipação dos feriados no âmbito municipal.
“É fundamental que se inicie um amplo diálogo e se estabeleça regras básicas de convivência, sempre tendo em vista que a união é fundamental.” Collor acredita, porém, que esse momento de unidade está próximo. “Conversando é que se entender e se estabelece regras”.