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Em entrevista ao UOL, um dos ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) criticou a “campanha” do presidente da Corte, Humberto Martins, para uma vaga ao Supremo Tribunal Federal (STF). “Começou a rodar bolsinha e ficou ruim”, afirmou.
Esse mesmo ministro disse também que, para seduzir o presidente Jair Bolsonaro, Martins tem favorecido o governo em suas decisões judiciais: “A caneta do presidente do STJ não tem visibilidade, mas faz muita coisa (…). Dizem no tribunal que ele está fazendo o que é necessário para poder agradar e se viabilizar.”
Outro ministro do STJ, também ouvido pela reportagem, disse que Martins tem de agir politicamente para compensar a falta de preparo jurídico:
“Ele não tem tanta expressão, não é um jurista. Então é complicado, ele vai nessa coisa da política”.
O nome de Martins ao STF tem a simpatia do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). Em entrevista recente, o parlamentar afirmou que o presidente Jair Bolsonaro deve escolher entre André Mendonça, advogado-geral da União, ou Humberto Martins para assumir o lugar de Marco Aurélio Mello no STF.
Humberto Martins já foi delatado duas vezes: uma pelo ex-governador do Rio, Sergio Cabral e outra pelo ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro.
Pinheiro disse, em delação premiada com a PGR, que pagou R$ 1 milhão em propina para Martins em troca de ajuda com um recurso que tramitava no STJ.
Já de acordo com Cabral, Martins atuou em um caso de interesse da Fecomércio no STJ após o escritório de advocacia de seu filho, Eduardo Martins, ser contratado pela entidade por cerca de R$ 20 milhões.