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Em julgamento marcado para esta quarta-feira (29), os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) devem decidir se o presidente Jair Bolsonaro precisa prestar depoimento presencial às autoridades no inquérito que apura se ele tentou interferir politicamente no comando da Polícia Federal (PF).
A pauta no plenário do STF questiona se Bolsonaro pode se manifestar por escrito na investigação aberta a partir da denúncia do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro de suposto uso da corporação para proteger os filhos e aliados do presidente.
Segundo O Estado de S.Paulo, a tendência é de que seja mantido o entendimento defendido pelo relator original do caso, Celso de Mello, que, antes de se aposentar, votou para que o depoimento do presidente seja realizado presencialmente.
Com a matéria parada há quase um ano no STF, os magistrados não têm pressa em julgá-la e analisam com atenção os seus efeitos.
Celso de Mello decidiu que Bolsonaro é obrigado a depor pessoalmente quando estiver na condição de investigado, mesmo que o artigo 221 do Código de Processo Penal diga que autoridades como presidente e vice-presidente da República, senadores e deputados federais poderão optar pela prestação de depoimento por escrito.
O ministro aposentado do STF argumentou que a lei só se aplica em caso de vítimas e testemunhas.
De saída do governo, Moro declarou, em abril do ano passado, que Bolsonaro estava operando mudanças na diretoria da PF para evitar que investigações atingissem seu círculo de alianças.
Em dezembro de 2020, o ministro do STF Alexandre de Moraes, atual relator do inquérito, remeteu o caso ao colegiado do Supremo após Bolsonaro declarar, por meio da Advocacia-Geral da União (AGU), que não iria prestar depoimento.