Política

“Semipresidencialismo é uma escolha político-midiática”, diz ex-presidente do STF

Na semana passada, a ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ellen Gracie, disse que acha que seria o “caos” qualquer tentativa de implementar o parlamentarismo no Brasil com tantos partidos políticos em atividade ao mesmo tempo. A informação é do Metrópoles.

Integrante do Conselho Consultivo da Câmara para debater o assunto, Gracie afirmou que passou que essa proposta de semipresidencialismo em debate é “muito mais uma escolha de ordem político-midiática”, para se evitar o termo “parlamentarismo”, sistema já empregado no país, na década de 1960, sem sucesso.

CONTINUE LENDO APÓS O ANÚNCIO

A declaração foi feita durante debate do Grupo de Trabalho da Câmara que avalia o semipresidencialismo.

“Eu digo que essa proposta de semipresidencialismo que hoje estamos debatendo é muito mais uma escolha de ordem político-midiática, porque, na verdade, apontarmos diretamente a opção por um regime parlamentarista nos faz lembrar o fracasso anterior que tivemos de instauração de um breve regime parlamentarista, que, dadas as circunstâncias em que foi adotado, não poderia mesmo ter sucesso”, disse Ellen Gracie.

CONTINUE LENDO APÓS O ANÚNCIO

“Então, é apenas uma questão de terminologia chamarmos como semipresidencialismo essa tentativa de debate a respeito de uma mudança no nosso sistema, uma mudança que torna o Brasil de fato um país governável, de fato um país que alcance o progresso, que tudo indica que deveria já ter alcançado, mas vem sendo travado por esse defeito das suas instituições”, completou.

Na conversa, Ellen garantiu que não é contrária à adoção do parlamentarismo no Brasil, mas diz ser fundamental esclarecer à população qual o papel do Chefe de Estado, que é o presidente, e o Chefe de Governo, que seria a figura do primeiro-ministro:

CONTINUE LENDO APÓS O ANÚNCIO

“Essas atribuições que hoje estão todas concentradas na figura do Presidente da República precisam ser adequadamente atribuídas sendo que as questões propriamente de Estado, como por exemplo as Forças Armadas, a política externa, caberiam ao Chefe de Estado, enquanto outras atribuições mais ligadas à administração, ao dia a dia do funcionamento do Governo, num momento, sem maior elaboração, deveriam ser atribuídas ao Chefe de Governo. Essa é uma discussão muito ampla”.

Outro ponto levantado por ela é o número do partidos. Gracie considera um “caos” instituir o parlamentarismo com tantos partidos políticos em funcionamento no país.

CONTINUE LENDO APÓS O ANÚNCIO

“Eu concordo com todos aqueles que afirmam que hoje o número de partidos políticos existentes no País e outros tantos há que pleiteiam a sua inclusão na Justiça Eleitoral, esse número exagerado de partidos políticos não permitiria a formação de um regime de formatação ou natureza parlamentarista. Seria realmente um caos. É preciso e indispensável que se restabeleça uma cláusula de barreira para que haja perante o Parlamento um número viável de partidos políticos para permitir uma mudança de regime”, afirmou.

CONTINUE LENDO APÓS O ANÚNCIO

© 2024 Todos os direitos reservados Gazeta Brasil.

Sair da versão mobile