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Sem citar nomes, a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, afirmou que o Brasil é uma democracia onde ainda há “antidemocratas”. A declaração foi feita por ela durante entrevista ao jornal “O Globo”, divulgada nesta segunda-feira (25).
“Somos uma democracia em que há antidemocratas ainda. Então é preciso que a gente construa socialmente a democracia e a República mais amplas. Isso é que nos faz mais republicanos. Repúblicos de uma República verdadeira”, disse a magistrada.
“Tudo, no caso brasileiro, é muito mais dificultoso, porque nós temos uma história de colonização extremamente impositiva e autoritária. Estamos no ano do bicentenário da Independência, e os preconceitos e as atitudes antidemocráticas de hoje são repetições históricas tristes do que ainda não conseguimos superar”, completou.
Questionada sobre a atual crise entre os poderes, Cármen Lúcia se esquivou e falou que não se manifestaria fora dos autos.
Em relação à revisão constante de decisões tomadas pela Operação Lava-Jato, a ministra negou “retrocesso” e disse que “as investigações precisam ser feitas nos termos da Lei”: “O direito de ser julgado de maneira imparcial é direito fundamental. E vem de muito tempo. Antígona queria que seus dois irmãos, Etéocles e Polinices, fossem julgados da mesma forma. E é o que diz a Creonte. A corrupção é o que Ulysses chamou de ‘a doença da República’”.
“Então a corrupção é inaceitável. É crime. Não está havendo um retrocesso. Mas as investigações precisam ser feitas nos termos da lei, e não são investigações fáceis mesmo. Os corruptos de forma geral não deixam provas tão fáceis, como é caso em uma prisão em flagrante”, acrescentou a ministra do STF.