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O pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, chamou de “ação política” a notícia-crime do Ministério da Defesa e do comando das Forças Armadas contra ele por declarações sobre a atuação das Forças frente ao crime organizado na Amazônia.
Para ele, a reação reflete o “grau de politização” do atual comando das Forças Armadas.
Em seu perfil nas redes sociais na manhã desta sexta-feira (24), Ciro Gomes afirma que a “nota agressiva e intempestiva” das Forças Armadas descontextualiza declarações dele dadas em entrevista à rádio CBN sobre a realidade no Amazonas, na região onde o indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips foram assassinados no início do mês.
“A nota, que mais uma vez explicita o grau de politização do atual comando das Forças Armadas, tenta distorcer a crítica que fiz ao notório descontrole que impera, em áreas da Amazônia, onde uma “holding do crime” age impunemente”, diz Ciro.
“Em nenhum momento, disse que as Forças Armadas, enquanto instituições de estado, estariam envolvidas com essa holding criminosa”, completa.
Ciro diz ter exercido seu direito de liberdade de expressão, “sem excesso ou qualquer discurso de ódio”, e sem desrespeitar a instituição.
“Afirmei – e reafirmo – que frente à desenvoltura com que um tipo de estado paralelo age na área, é impossível não imaginar que alguns membros das forças de segurança possam estar sendo coniventes por dolo ou omissão”, escreveu no Twitter.
Para Ciro, a manifestação contra ele assinada pelo ministro Paulo Sérgio Nogueira, “explicita o grau de politização do atual comando das Forças Armadas”.
“Não me surpreende que a iniciativa desta ação política contra mim – e contra a minha pré-candidatura – parta de um Ministro da Defesa que, possivelmente obedecendo ordens de seu comandante supremo, vem se notabilizando por tentativas de interferência no processo político”, diz Ciro.
O pré-candidato vê relação com as recentes investidas da Defesa contra o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com a justificativa de intensificar a segurança do processo eleitoral por meio da participação de militares nas eleições.
Para ele, a conduta do ministério em querer indicar nomes de militares para fiscalizar urnas é “típico desvio de função e finalidade”.
Em nota divulgada nesta quinta-feira (23) o ministério e os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica afirmam ter enviado a notícia-crime ao procurador-geral da República, Augusto Aras.
O objetivo, diz o texto, é que seja apurado o suposto cometimento dos crimes de “incitar, publicamente, animosidade entre as Forças Armadas, ou delas contra os poderes constitucionais, as instituições civis ou a sociedade” e “propalar fatos, que sabe inverídicos, capazes de ofender a dignidade ou abalar o crédito das Forças Armadas ou a confiança que estas merecem do público”.
A nota cita os artigos 286 do Código Penal e 219 do Código Penal Militar.