Entre nos nossos canais do Telegram e WhatsApp para notícias em primeira mão.
Telegram: [link do Telegram]
WhatsApp: [link do WhatsApp]
A Diretoria de Fiscalização da Responsabilidade Fiscal do Tribunal de Contas da União (TCU) propôs que o governo federal explique de onde sairão os recursos para bancar a PEC dos Auxílios, que amplia benefícios sociais até o fim do ano.
A PEC foi aprovada no início do mês pelo Congresso. O governo defendeu o texto e se esforçou para acelerar a tramitação, com o objetivo de começar a pagar os benefícios sociais o quanto antes.
Um dos pontos previstos na PEC é o aumento do Auxílio Brasil de R$ 400 para R$ 600, mas só até dezembro. A oposição vê a medida como eleitoreira e economistas alertaram para efeitos colaterais do aumento de gastos.
As estimativas são de que as despesas extras criadas pela proposta chegarão a R$ 41 bilhões.
Para viabilizar o aumento de gastos sociais em ano eleitoral, o que a lei inicialmente não permitia, o governo estabeleceu, por meio da PEC, um estado de emergência no país.
A justificativa para o estado de emergência foi a disparada dos preços dos combustíveis. Esse ponto da PEC também é contestado por especialistas.
Um parecer da área técnica do TCU cita a possibilidade de risco para as contas públicas e o descontrole fiscal, não só neste ano, mas também nos próximos.
“Em contexto mais específico, a emenda envolve as finanças públicas federais, criando despesas, isentas dos mecanismos de controle atuais, que, potencialmente, poderiam agravar o quadro fiscal, comprometendo não só o exercício atual, como a situação fiscal a longo prazo”, afirmou a área técnica do TCU no documento.
Ao todo, o parecer da área técnica do TCU propõe que o governo federal faça os seguintes esclarecimentos:
- Qual é a estimativa do orçamento para o Auxílio Brasil em 2023?
- Quais são as fontes de financiamento da PEC?
- Quais serão as fontes de financiamento especificamente para a ampliação do Auxílio Brasil?
- Quais os impactos direto e indireto estimados no endividamento público em 2022 e em 2023 decorrentes da ampliação das despesas previstas na PEC?
- Quais são as ações do Ministério da Economia para cumprir o teto de gastos?
- Quais são os documentos do ministério que fazem avaliações das políticas públicas da proposta e seus reflexos orçamentários e fiscais.
Agora o parecer será analisado pelo relator do caso no TCU, ministro Aroldo Cedraz, a quem cabe decidir se atenderá o pedido da equipe técnica na investigação.
No início do mês, o TCU abriu apuração sobre o pacote de benefícios pré-eleitoral, a pedido do subprocurador Lucas Furtado, do Ministério Público.
Furtado entendeu que a criação de um estado de emergência, previsto na PEC, é um “subterfúgio” para o governo turbinar programas sociais e se “esquivar das amarras da lei eleitoral”.