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O deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) pediu à Advocacia-Geral da União (AGU) que apure uma suposta “propagação de fake news” por parte do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Durante participação em um evento do BTG Pactual, Haddad afirmou que o Bolsa Família acabou com a fome no Brasil entre 2003 e 2010. “Com meio por cento do PIB acabamos com a fome entre 2003 e 2010 [duas primeiras gestões de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Presidência da República]; ninguém mais ouvia falar, você não via criança no sinaleiro, no sinal de trânsito; não tinha mais. Hoje você está com 1,7% do PIB, e não consegue resolver o problema”, disse o ministro.
A apuração foi pedida por Dallagnol à “Procuradoria de Defesa da Democracia”, área da AGU responsável por ações contra divulgação de supostas “informações falsas” nas redes sociais.
Na representação desta quinta-feira (16), Dallagnol diz que uma das falas de Haddad no evento “carece de evidências e espalha desinformação para a população”.
O deputado federal afirma no pedido que notícias publicadas no período citado contradizem a fala do ministro da Fazenda.
Dallagnol cita um trecho de uma reportagem sobre “11 milhões de brasileiros passavam fome (insegurança alimentar grave), incluindo crianças, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2009 sobre Segurança Alimentar”.
Deltan também afirma que o “Censo de Crianças e Adolescentes em situação de Rua na Cidade de São Paulo”, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, mostram que, em 2007, “somente na cidade de São Paulo/SP – onde o ministro foi prefeito -, aproximadamente 1.842 crianças e adolescentes viviam em situação de rua. Quase metade dessa população (44,2%) não exercia qualquer atividade geradora de renda e nem praticava mendicância: estavam parados, sentados ou andando e alguns poucos (1,1%) se drogavam”.
“A divulgação de falas como as feitas hoje [quarta, 15] pelo ministro da Fazenda, que, por razão de seu cargo, têm grande repercussão na imprensa e nas redes sociais, traz desinformação para a sociedade e mascara problemas sociais graves que ainda assolam grande parte do país e que nunca foram inteiramente solucionados, ao contrário do alegado pelo ministro”, diz Dallagnol na representação.