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O líder da Frente Nacional de Lutas (FNL), José Rainha Júnior, afirmou nesta quinta-feira (3) que não vai revelar os motivos da divergência com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A declaração foi dada em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MST, que investiga as invasões de terra ocorridas nos últimos anos.
Rainha integrou o MST até 2003, quando saiu e fundou a FNL. Ao ser questionado sobre o motivo de sua saída, respondeu: “Todos os movimentos têm suas divergências. A minha ordem de divergência política com o MST, eu prefiro dizer que levarei para o cemitério”.
Na sequência, Salles respondeu: “Provavelmente se as expuser, vai mais cedo para o cemitério”. O líder complementouque saiu do MST por decisão própria, e não por expulsão.
O depoimento de José Rainha à CPI MST, foi um dos mais aguardados da comissão. O requerimento para o depoimento foi sugerido por três deputados da oposição: Kim Kataguiri (União-SP), Rodolfo Nogueira (PL-MS) e Evair Vieira de Melo (PP-ES). Nas justificativas, Kataguiri e Evair Vieira de Melo afirmaram que Rainha é um dos “acusados de praticar extorsões contra produtores de terras invadidas na região de Presidente Prudente (SP)”.
Rainha e outros dois líderes da FNL, Luciano de Lima e Cláudio Ribeiro Passos, foram presos preventivamente em março deste ano, em Mirante do Paranapanema, cidade do interior paulista, vizinha a Presidente Prudente. Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou à época, os dois são acusados de extorquir donos de propriedades rurais, exigindo “vantagens financeiras de, pelo menos, seis vítimas”. O Tribunal de Justiça de São Paulo revogou as prisões três meses depois, em meados de junho.