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A Polícia Federal (PF) intimou nesta segunda-feira (19) o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras nove pessoas para depor sobre o suposto plano de golpe de Estado que teria sido arquitetado por um núcleo de autoridades ligadas ao ex-chefe do Executivo. A investigação, que faz parte da Operação Tempus Veritatis, apura se esse grupo pretendia fraudar as eleições presidenciais de 2022.
Convocados para depor
Além de Bolsonaro, foram intimados:
- Valdemar Costa Neto, presidente do PL;
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
- Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional;
- Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
- Mário Fernandes, ex-chefe substituto da Secretaria-Geral da Presidência da República;
- Walter Braga Netto, ex-ministro-chefe da Casa Civil;
- Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
- Marcelo Costa Câmara, ex-assessor de Jair Bolsonaro;
- Tercio Arnauld, ex-assessor de Jair Bolsonaro.
A maioria dos convocados participou de uma reunião realizada em 5 de julho de 2022, no Palácio da Alvorada, com o ex-presidente. Segundo a PF, o conteúdo do encontro, gravado em vídeo, “revela nitidamente o arranjo de dinâmica golpista, no âmbito da alta cúpula do governo”.
No vídeo, Bolsonaro e seus ex-ministros atacam o sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e conspiram sobre como questionar o resultado das urnas eletrônicas, inclusive cogitando a participação das Forças Armadas.
O ex-presidente Bolsonaro informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que não prestará depoimento no inquérito do golpe até ter acesso às conversas recuperadas pela PF nos celulares apreendidos durante a investigação. O advogado Paulo Amador Cunha Bueno, responsável pela defesa de Bolsonaro, argumentou que o acesso às mensagens é “crucial” para a defesa do ex-presidente.