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O petista multicondenado José Dirceu discursou na tribuna do Senado Federal, na manhã desta terça-feira (02), durante uma sessão em celebração à democracia brasileira. O ex-deputado federal e ex-ministro da Casa Civil de Lula retornou ao Congresso Nacional após 19 anos.
“Desde a madrugada de 1º/12/2005, quando a Câmara dos Deputados cassou o mandato que o povo de SP tinha me dado pela terceira vez, nunca mais voltei ao Congresso Nacional. Acredito que João Goulart merecia e merece a minha presença hoje aqui”, disse o condenado petista no Senado.
José Dirceu criticou a atuação das Forças Armadas brasileiras em decisões políticas e a participação de militares no Governo Bolsonaro (PL): “Há um elemento que precisa ser recordado aqui, que é o papel dos militares, das Forças Armadas. É preciso, e o STF já adotou uma decisão que não há poder moderador. O artigo não dá às Forças Armadas nenhum papel político. Não estamos em um império, estamos em uma república democrática. Não basta a despolitização e a volta aos quartéis, porque isso aconteceu em 1988. Porque depois de 30 anos os militares voltaram a organizar, apoiar uma candidatura, e depois constituir um governo praticamente cívico-militar. Vamos lembrar que a maioria do Estado Maior do Exército foi para o governo Bolsonaro”.
O condenado ainda acrescentou que a democracia está em risco no mundo e citou a eleição de governos de “extrema direita” e guerras em diversos países.
“A democracia está em risco no mundo, não é só no Brasil. Estamos tendo uma guerra na Ucrânia, uma guerra contra o povo palestino, situações de instabilidade no Peru e no Equador, um governo de extrema direita na Argentina. É preciso recordar para que não se repita, mas é preciso continuar a luta democrática”, disse Dirceu.
“Nosso papel pra consolidar a democracia é fazer uma revolução social no Brasil”, afirmou o petista condenado na sessão.