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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) empossou Macaé Evaristo como ministra dos Direitos Humanos nesta sexta-feira (27), em cerimônia no Palácio do Planalto. A posse ocorreu 18 dias após sua nomeação, substituindo o jurista Silvio Almeida, que foi demitido após a divulgação de denúncias de assédio sexual.
Entre as vítimas mencionadas está a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que também compareceu à posse de Macaé. Almeida nega as acusações.
Lula havia anunciado, em 9 de setembro, a escolha de Macaé, deputada estadual em Minas Gerais e filiada ao PT, para o cargo. Desde então, a nova ministra tem promovido mudanças na equipe e acompanhado o presidente em agendas oficiais.
Durante seu discurso de posse, Macaé destacou que o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania tem a vocação de cuidar da diversidade do país. Ela ressaltou a importância dos direitos humanos para a vida das pessoas comuns, mencionando sua própria trajetória. Ao assumir o cargo, afirmou que sua maior credencial é ser uma mulher negra, professora e assistente social.
Macaé também abordou a percepção negativa sobre direitos humanos no Brasil, mencionando que há quem acredite que a defesa desses direitos é voltada para proteger criminosos. Ela afirmou que o grande desafio dos ministérios é lidar com a tensão entre a afirmação e a negação dos direitos humanos.
Em seu discurso, a nova ministra também alertou para a nova investida do capital, que utiliza a segregação social, racial e ambiental para legitimar a opressão e o extermínio de milhões de pessoas. Ela destacou a importância da família, ressaltando a necessidade de moradia, educação para crianças e apoio ao empreendedorismo nas favelas por meio de financiamentos públicos.
Eleita deputada estadual por Minas Gerais em 2022, com mais de 50 mil votos, Macaé está licenciada do cargo. Antes disso, foi vereadora em Belo Horizonte e ocupou cargos de destaque nas secretarias de educação municipal e estadual, sendo a primeira mulher negra a exercer essas funções.
Atualmente, ela responde a um processo por improbidade administrativa, relacionado a suspeitas de superfaturamento na compra de uniformes escolares quando era secretária de Educação em Belo Horizonte, acusação que ela nega. No governo federal, Macaé também atuou durante a gestão de Dilma Rousseff, ocupando a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do Ministério da Educação.
Ao longo de sua carreira, foi responsável por importantes programas, como a implantação de Escolas Indígenas, a Escola Integral em Minas Gerais, a Escola Integrada em Belo Horizonte e a política de cotas para ingresso de estudantes de escolas públicas, negros e indígenas no ensino superior.