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Na manhã deste domingo (27), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que o Primeiro Comando da Capital (PCC) teria orientado eleitores a votar no candidato Guilherme Boulos (PSOL).
A declaração foi dada em coletiva de imprensa ao lado do atual prefeito e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB). Tarcísio mencionou a interceptação de um “salve” — uma mensagem interna da facção criminosa — enviada de dentro de presídios com a orientação de voto em Boulos.
A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), afirmou que a declaração de Tarcísio configura “a maior ‘fake news’ de toda a campanha”, acusando-o de “espalhar uma armação rasteira e covarde” contra a chapa de Boulos e sua vice, Marta Suplicy. Gleisi também acusou o governador de crime eleitoral por tentar associar a candidatura de Boulos a uma facção criminosa. Em tom incisivo, afirmou que a ação de Tarcísio se assemelha às práticas de “seguidores do ex-presidente Jair Bolsonaro”.
O diretório do PT em São Paulo, tanto estadual quanto municipal, também se manifestou de forma contundente. Em nota, o partido pediu a prisão do governador por suposto abuso de poder e acusou Tarcísio de usar a máquina pública para prejudicar a campanha de Boulos, afirmando que o vínculo com o crime organizado estaria, na verdade, relacionado a gestões da prefeitura. “Os fatos mostram o contrário: é Ricardo Nunes quem tem relações com o PCC, tanto nas nomeações que fez quanto em contratações da prefeitura, objetos de investigação do Ministério Público”, aponta a nota.
A equipe de campanha de Boulos reagiu, classificando a acusação como “criminosa” e uma tentativa clara de interferência no processo eleitoral. “Tarcísio é cabo eleitoral de Nunes, faz tal declaração ao lado do prefeito em claro gesto de campanha. Usa a máquina pública de maneira vergonhosa e irresponsável. Isso fere os preceitos democráticos”, afirmou a campanha de Boulos, reforçando que o governador deverá responder judicialmente pela acusação.
Ainda nesta tarde, Boulos anunciou uma coletiva de imprensa para responder às alegações de Tarcísio. A bancada do PT também se manifestou, repudiando o uso do poder público no dia da votação e criticando o governador por disseminar uma suposta “fake news” com o objetivo de interferir no resultado eleitoral.