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Horas antes do 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro iniciar o julgamento dos assassinos confessos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, familiares das vítimas, incluindo a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, realizaram um protesto em frente ao fórum nesta quarta-feira (30).
Agatha Arnaus, viúva de Anderson, expressou que a dor sentida pela família não terminou com o assassinato em 2018 e que, embora esperem que os réus sejam exemplarmente condenados, o processo de luta pela justiça ainda está longe do fim, com muitos aspectos a serem resolvidos.
Durante o julgamento, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) pedirá a condenação máxima para os executores do crime. O Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado argumentará que a pena para Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz deve ser de 84 anos de prisão. O júri será composto por 21 jurados, dos quais sete serão selecionados por sorteio na hora.
O julgamento ocorre mais de seis anos após os assassinatos que abalaram o país, e a data foi estabelecida pelo juiz Gustavo Kalil durante uma reunião no Fórum Central do Rio, com a participação de representantes do Ministério Público, assistentes de acusação e defesa dos réus.
Anielle Franco relembrou que o processo parece um retorno ao velório da filha, enfatizando a dor de perder uma mulher que lutava contra injustiças. Ela também destacou que o maior legado de Marielle é a mobilização das pessoas que lutam ao seu lado.
Marinete da Silva, mãe de Marielle, expressou sua gratidão pelo apoio recebido e afirmou que buscar justiça é um ato em homenagem a todas as famílias que perderam entes queridos devido à impunidade.
Antônio Francisco da Silva Neto, pai de Marielle, defendeu que a condenação dos réus deve ser exemplar, transmitindo a mensagem de que não se pode tirar a vida de alguém impunemente.
A filha de Marielle, Luyara Santos, enfatizou que a verdadeira justiça seria ter sua mãe e Anderson vivos, lembrando que Marielle foi uma parlamentar eleita com mais de 46 mil votos.
Para ela, o júri de hoje representa um primeiro passo em direção à justiça, ressaltando que não se deve normalizar a perda de vidas de forma violenta.
Em maio, a Procuradoria-Geral da República (PGR) concluiu que os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão ordenaram o assassinato de Marielle Franco em fevereiro de 2018 para proteger seus interesses, que incluíam nomeações para o Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) e a regularização de loteamentos irregulares em áreas dominadas por milícias na zona oeste do Rio.
A PGR denunciou Domingos, conselheiro do TCE-RJ, Chiquinho, deputado federal sem partido, além de dois policiais que trabalhavam para eles e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa.