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Atualmente, a vacina contra o HPV está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para crianças e adolescentes de 9 a 14 anos. Adultos de grupos específicos, como pessoas vivendo com HIV, transplantados e pacientes oncológicos, também podem ser imunizados na rede pública.
Estudos recentes indicam que mulheres adultas que já contraíram HPV podem se beneficiar da vacina.
Mônica Levi, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), explicou que mulheres sexualmente ativas e já infectadas pelo HPV continuam expostas ao risco de novas infecções ao longo da vida. Isso se deve à existência de mais de 200 subtipos do vírus, dos quais quatro são responsáveis por cânceres como os de colo de útero, ânus, vulva, vagina, pênis e orofaringe. Assim, mesmo uma pessoa já infectada por um subtipo pode se proteger contra outros por meio da vacina.
Durante a 26ª Jornada Nacional de Imunizações, realizada em Recife, Mônica mencionou mudanças no comportamento da população brasileira, como o adiamento do casamento, o aumento do divórcio entre mulheres de 30 a 49 anos e o maior número de parceiros sexuais ao longo da vida, o que eleva o risco de novas infecções por HPV na vida adulta. Ela também destacou que estudos mostram que a vacina pode reduzir as chances de recidiva em pacientes que já trataram lesões causadas pelo vírus.
Mônica citou o Uruguai como o primeiro país das Américas a oferecer a vacina gratuitamente para pacientes que já tiveram lesões, conforme atualização recente do Ministério da Saúde do país. Além disso, ela afirmou que infecções persistentes por HPV aumentam com a idade e que a eficácia duradoura da vacina, demonstrada em mulheres entre 27 e 45 anos, pode durar dez anos ou mais.
As conclusões ressaltam que mulheres adultas continuam expostas ao risco de novas infecções por HPV e que as vacinas contra o vírus são seguras e eficazes também para mulheres de meia-idade. A vacina previne a reinfecção de mulheres com infecção prévia e protege contra recidivas após o tratamento de lesões.