Os Estados Unidos emitiram o primeiro passaporte do país com designação de gênero “X”, elaborado para as pessoas que não se identificam com os gêneros masculino ou feminino e se denominam “não binárias”, anunciou o Departamento de Estado americano na quarta-feira.
O objetivo é oferecer essa opção de forma mais ampla a partir do ano que vem, segundo o departamento. O departamento do governo americano não divulgou o nome do portador do passaporte, mas Dana Zzyym, ativista do estado do Colorado, disse em entrevista à Associated Press que é a pessoa que recebeu o documento.
Segundo a agência de notícias, Zzyym, que é intersexual, desde 2015 estava em uma batalha legal com o Departamento de Estado para não ter que escolher entre as opções “masculino” ou “feminino” em seu documento de viagem.
Zzyym, 63 anos, nasceu com características sexuais físicas ambíguas e foi criado como menino. Porém, diversas cirurgias não tiveram sucesso em dar ao ativista uma aparência totalmente masculina, de acordo com documentos legais citados pela AP.
Zzyym serviu nas forças armadas como homem, e mais tarde passou a se identificar como intersexual.
“Levou seis anos, mas ter um passaporte preciso, que não me obriga a me identificar como homem ou mulher mas que reconhece que não sou nenhum dos dois, é libertador”, afirmou Zzyym em comunicado.
O Departamento de Estado dos EUA havia afirmado em junho que estava trabalhando para acrescentar uma terceira opção no campo “sexo” do passaporte, para atender pessoas não binárias e intersexuais, mas que isso exigiria atualização dos seus sistemas. Outros países que já oferecem uma terceira opção de gênero em documentos incluem Canadá, Alemanha, Austrália, Índia e Argentina.
“Quero reiterar, por ocasião da emissão deste passaporte, o compromisso do Departamento de Estado em promover a liberdade, dignidade e igualdade de todas as pessoas – incluindo pessoas LGBTQI +”, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, em um comunicado.