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A Procuradoria-Geral da República (PGR) informou que durante investigações, foi identificado um arquivo contendo um mandado de prisão falso atribuído ao Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na posse da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). Segundo a PGR, este mesmo arquivo foi criado no computador do indivíduo conhecido como hacker Walter Delgatti Neto.
Este episódio foi apresentado como uma das evidências pela PGR ao denunciar ambos os envolvidos por falsidade ideológica e crimes relacionados à invasão de dispositivo informático.
De acordo com a denúncia, uma versão preliminar do mandado de prisão contra o Ministro Moraes foi gerada no computador de Delgatti às 17h12 do dia 4 de janeiro de 2023. Um arquivo com conteúdo similar foi acessado por Zambelli às 18h39 do mesmo dia. Segundo a PGR, ambos os arquivos compartilham o mesmo código, sugerindo um repasse entre as partes. A existência do mandado falso foi divulgada na noite do dia 4.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, mencionou que essa dinâmica sugere que Delgatti enviou o arquivo para Zambelli, conforme um acordo estabelecido entre eles.
Além disso, segundo a denúncia, outro arquivo, contendo uma ordem falsa para quebra do sigilo bancário de Moraes, também foi encontrado com ambos os envolvidos.
Gonet afirmou que Zambelli desempenhou um papel central na promoção de uma desmoralização do sistema judiciário brasileiro.
“A denunciada Carla Zambelli teve uma participação fundamental nos delitos em questão. Ela recrutou o executor dos crimes, Walter Delgatti, mediante promessa de benefícios, com o objetivo de promover uma desmoralização do sistema judiciário brasileiro, buscando vantagens políticas. Desde o início, ela se propôs a invadir dispositivos informáticos, o que acabou resultando na produção de uma ordem judicial falsa”, declarou o procurador-geral.
Em resposta, o advogado Daniel Bialski, que representa Zambelli, afirmou que recebeu com surpresa a denúncia, pois, segundo ele, não há evidências concretas de que sua cliente tenha colaborado, instigado ou incentivado Walter Delgatti em suas ações.
Bialski acrescentou que a narrativa de Delgatti, acusando a deputada e outras pessoas, foi contraditada pela própria investigação, e que a defesa irá trabalhar para demonstrar que sua cliente não cometeu os crimes pelos quais foi acusada.