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EUA Apontam Grave Irregularidade em Unidades de Israel

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Nesta segunda-feira (29), o porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Vedant Patel, anunciou que os Estados Unidos confirmaram que cinco unidades das Forças de Defesa de Israel (FDI) foram encontradas responsáveis por “incidentes individuais de graves violações de direitos humanos”.

Patel esclareceu que todas as violações ocorreram antes do ataque terrorista executado pelo Hamas em 7 de outubro de 2023. De acordo com a investigação do Departamento de Estado, as violações dos direitos humanos ocorreram no início de 2022 e na região da Cisjordânia.

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O secretário de Estado, Antony Blinken, havia iniciado uma investigação administrativa para determinar se o batalhão israelense Netzah Yehuda das Forças de Defesa de Israel (FDI) violou os direitos humanos durante uma operação militar executada na Cisjordânia no início de 2022.

O resultado da investigação é um sinal de alerta dos Estados Unidos para Israel, que já enfrenta questionamentos devido ao número de mortes causadas durante sua ofensiva em Gaza para combater o Hamas. Este grupo terrorista, financiado pelo Irã, é responsável pelo massacre ocorrido em Israel em 7 de outubro de 2023, onde 1.300 judeus foram mortos, dezenas de mulheres e homens foram mutilados e mais de cem civis foram sequestrados e ainda permanecem cativos na Faixa de Gaza.

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“Defenderei firmemente as FDI, nosso exército e nossos combatentes. Se alguém acredita que pode impor sanções a uma unidade das FDI, lutarei contra isso com todas as minhas forças”, enfatizou Benjamin Netanyahu na conta oficial do Twitter do Primeiro Ministro de Israel.

Netanyahu integra, juntamente com o ministro da Defesa, Yoav Gallant, e o líder da oposição, Benny Gantz, o Gabinete de Guerra de Israel. Os três têm diferenças políticas e táticas em relação ao conflito com o Irã e seus proxies, mas neste caso reagiram em bloco diante da iminente publicação do relatório de Blinken sobre o batalhão Netzah Yehuda.

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Após as declarações críticas de Netanyahu, Gantz entrou em contato com o secretário de Estado para argumentar que uma sanção ao Netzah Yehuda prejudicaria a legitimidade de Israel em tempo de guerra e sustentar que as forças de defesa israelenses agem dentro das leis internacionais.

“Os comandantes e tropas do Batalhão Netzah Yehuda estão operando na linha de frente desde o início da guerra, têm trabalhado para repelir as forças do Hezbollah na fronteira norte, frustrar os elementos terroristas na Judeia e Samaria e, nestes dias, estão trabalhando para desmantelar as brigadas do Hamas na Faixa de Gaza, arriscando suas vidas”, completou Yoav Gallant, ministro da Defesa, em linha com Netanyahu e Gantz.

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Em 1997, o Congresso sancionou uma lei redigida pelo senador Patrick Leahy (democrata de Vermont) que “proíbe o governo dos Estados Unidos de utilizar fundos para ajudar unidades de forças de segurança estrangeiras quando houver informações críveis que indiquem que essa unidade cometeu graves violações dos direitos humanos”, explica o site oficial do Departamento de Estado.

Então, a Lei Leahy permite que o Departamento de Estado – e também o Departamento de Defesa – conduza uma investigação para determinar se uma unidade militar estrangeira – neste caso, o batalhão Netzah Yehuda – violou os direitos humanos no cumprimento de uma missão.

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Se o crime sob investigação for comprovado, os Estados Unidos podem negar fundos para financiar os esforços de guerra de Israel contra o Irã e seus proxies. Há três dias, o Congresso alocou US$ 13 bilhões em ajuda militar a Israel, após um debate que dividiu o bloco governista sobre a estratégia militar de Netanyahu.

Israel pretende evitar essencialmente que o relatório crítico da administração Biden aumente os questionamentos da opinião pública global sobre sua ofensiva em Gaza, além de bloquear a parte dos fundos militares que deveriam ser destinados ao batalhão Netzah Yehuda, se for sancionado pelo Departamento de Estado.

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A Casa Branca já questionou o primeiro-ministro Netanyahu pela morte de voluntários da ONG World Central Kitchen, e agora se somaria a atuação do batalhão Netzah Yehuda, que ocorreu na Cisjordânia e precedeu o ataque terrorista do Hamas.

O batalhão Netzah Yehuda foi formado como uma unidade especial para soldados judeus ultraortodoxos. São todos homens e acabaram recebendo jovens com ideologia de extrema-direita que eram rejeitados pelas outras unidades das Forças de Defesa de Israel.

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A unidade, conhecida como “jovens das colinas”, estava implantada na Cisjordânia, e o Departamento de Estado iniciou sua investigação no final de 2022, após receber denúncias contínuas de incidentes de violência contra civis palestinos.

Em janeiro de 2022, morreu um palestino de origem americana chamado Omar Assad. Tinha oitenta anos e foi preso por soldados do Netzah Yehuda em um posto de controle na Cisjordânia. Já era noite e Assad se recusou ao controle israelense: foi algemado, amordaçado e deixado ao relento. Morreu poucas horas depois.

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A autópsia mostrou que Assad morreu de um ataque cardíaco induzido pelo estresse causado pelos ferimentos sofridos enquanto estava detido. 

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