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Transtornos mentais aumentam em crianças que usam celulares intensivamente em escala global

Foto de cottonbro studio via Pexels

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Crianças e adolescentes do mundo todo podem estar enfrentando desafios em sua saúde mental. O livro “A geração ansiosa”, do psicólogo social Jonathan Haidt, aborda o declínio da saúde mental entre os jovens, especialmente após a popularização dos smartphones.

“O que ocorreu é o que eu chamo de ‘grande reprogramação da infância’. Em 2010, os adolescentes usavam telefones apenas para fazer ligações, se encontravam mais com outras crianças e se divertiam mais. Mas, em 2015, tudo mudou. Eles substituíram os celulares comuns por smartphones com câmera e internet, o que impactou sua vida social e desenvolvimento cognitivo,” afirma Haidt.

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Haidt aponta erros cometidos pelos adultos.

“Em primeiro lugar, mantivemos nossos filhos superprotegidos na vida real. Ao mesmo tempo, na vida online, os jovens ficaram desprotegidos, com riscos de contato com indivíduos mal-intencionados nas redes sociais,” explica.

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“Quando os filhos são pequenos, muitos pais oferecem um telefone ou tablet para ter um pouco de sossego. Agora, vemos as consequências disso, com uma geração mais ansiosa e deprimida, e um aumento nos casos de automutilação e suicídios,” diz Haidt em entrevista ao Fantástico.

Ele também observa que o uso excessivo de celulares pode prejudicar o desenvolvimento cognitivo. Haidt relata que muitos jovens, mesmo cientes da ansiedade causada pelas redes, têm dificuldade em interromper esse ciclo vicioso.

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Ele propõe quatro ações urgentes:

1. Evitar smartphones antes dos 14 anos
2. Não usar redes sociais antes dos 16 anos
3. Manter as escolas como espaços livres de celulares
4. Substituir a dependência de celulares por uma infância mais independente, com mais brincadeiras e riscos

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O pediatra Daniel Becker concorda com essas mudanças:

“Dados indicam um aumento de transtornos psíquicos e emocionais na infância e adolescência nos últimos anos. A reprogramação cerebral deve ocorrer na vida real, e não na tela de um dispositivo, onde as crianças ficam passivamente expostas a conteúdos. É necessário desproteger um pouco na vida real e aumentar a proteção e supervisão na vida online,” afirma Becker.

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