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O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, alertou nesta terça-feira durante uma apresentação ao Senado que os recentes mandados de prisão emitidos pelo Tribunal Penal Internacional contra o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e seu ministro da Defesa, Yoav Gallant, dificultam uma nova trégua em Gaza, que está sendo negociada há meses.
O acordo “está sendo desafiado por uma série de eventos e devo dizer, sim, que a decisão extremamente equivocada do Procurador do TPI ontem – a vergonhosa equivalência implícita entre o Hamas e os líderes de Israel – acredito que só complica as perspectivas de se chegar a um acordo desse tipo”, apontou Blinken, reiterando a condenação dos Estados Unidos ao anúncio do promotor Karim Khan.
No entanto, o funcionário – que já realizou múltiplas visitas ao Oriente Médio e mantém comunicação estreita com os mediadores do Catar, Egito e o diretor da CIA, Bill Burns, que também participa das reuniões – permanece otimista e não descarta que o cenário possa mudar.
“Acredito que estivemos muito, muito próximos em algumas ocasiões. Continuamos trabalhando nisso todos os dias, acredito que ainda há uma chance”, acrescentou nesse sentido.
Nesta segunda-feira, Khan apresentou as conclusões das investigações que conduziu recentemente, nas quais avaliou o contexto das agressões tanto dos terroristas quanto de Israel desde 7 de outubro passado. Ao considerar que ambos os lados haviam perpetrado alegados crimes de guerra e contra a humanidade, solicitou aos juízes que emitissem mandados de prisão contra o chefe do Hamas em Gaza, Yahya Sinwar; o comandante da brigada Al Qassam, Mohammed Diab Ibrahim al Masri; o chefe do escritório político do grupo, Ismail Haniyeh; o primeiro-ministro Netanyahu e seu ministro Gallant.
No caso dos primeiros, eles são considerados “criminalmente” responsáveis pelos crimes cometidos em Israel e no Estado da Palestina desde pelo menos 7 de outubro de 2023, incluindo “o assassinato de centenas de civis israelenses” e “a tomada de pelo menos 245 reféns”. Já os dois últimos são acusados de crimes cometidos na Faixa de Gaza desde pelo menos 8 de outubro daquele ano, que incluem o uso da fome como “método de guerra” contra civis e assassinato intencional.
Imediatamente, a Administração Biden expressou sua repulsa a essa decisão, considerada “intolerável” e “vergonhosa”. “A solicitação do promotor do TPI de mandados de prisão contra líderes israelenses é escandalosa (…) Não há comparação possível entre Israel e o Hamas”, afirmou o presidente em um comunicado.
No entanto, por enquanto, Washington não estaria considerando impor sanções ao Tribunal – como fez o ex-presidente Donald Trump, durante o mandato de um promotor anterior – embora Blinken tenha adiantado que está sendo estudada uma “resposta apropriada” à sua ação.
Netanyahu também criticou a medida e anunciou que “rejeita com repugnância a comparação do promotor de Haia entre Israel democrático e os assassinos em massa do Hamas”. “É um escândalo moral de proporções históricas e lançará uma marca eterna de vergonha sobre o Tribunal Internacional”, assegurou.
Embora nem Israel nem os Estados Unidos reconheçam o Estatuto de Roma, um total de 120 Estados o ratificaram, incluindo todos os da União Europeia, de modo que, se os mandados forem emitidos, nem Netanyahu nem Gallant poderão cruzar as fronteiras europeias.
(Com informações da AFP)