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O Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeitou nesta semana um novo pedido de liberdade apresentado pela defesa de Igor Ferreira Sauceda, empresário de 28 anos acusado de perseguição e homicídio após atropelar o motoboy Pedro Kaique Ventura Figueiredo, de 21 anos, em julho. Sauceda segue em prisão preventiva, decisão mantida pelo STJ na última quarta-feira (30).
O caso ocorreu em 29 de julho na Avenida Interlagos, Zona Sul de São Paulo. Câmeras de segurança registraram o momento em que o Porsche amarelo de Igor colidiu na traseira da moto de Pedro, que foi socorrido, mas não resistiu aos graves ferimentos. Laudos do Instituto Médico Legal (IML) indicam que a causa da morte foi politraumatismo e hemorragia cerebral. Segundo a Polícia Civil, a motivação para o atropelamento teria sido um desentendimento ocorrido momentos antes, quando o motoboy teria danificado o retrovisor do Porsche.
A Justiça de São Paulo, que já havia negado liberdade ao acusado em agosto, requisitou com urgência o laudo técnico do Instituto de Criminalística (IC), responsável por detalhar as circunstâncias do atropelamento. Em despacho recente, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) determinou a entrega do documento em até cinco dias, sob pena de desobediência por parte do diretor do IC. Caso o laudo não seja fornecido até o fim do prazo, o Tribunal pode tomar medidas legais contra a Superintendência da Polícia Técnico-Científica.
O Ministério Público (MP) acusa Igor de homicídio doloso triplamente qualificado, alegando que houve intenção de matar com agravantes como motivo fútil e uso de meio que dificultou a defesa da vítima. A promotoria também solicitou à Justiça a definição de um valor mínimo de indenização para a família da vítima, já que Pedro era casado e sua esposa estava grávida no momento do crime. A pena solicitada pelo MP ultrapassa 18 anos de prisão.
Além da análise dos vídeos do atropelamento, a Polícia Civil solicitou que a fabricante Porsche forneça informações da “caixa-preta” do veículo, que pode esclarecer a velocidade do carro no momento da colisão. O limite para a via era de 50 km/h, e a perícia deve auxiliar na reconstrução detalhada do incidente.
Além disso, testemunhas, incluindo um caminhoneiro e outro motociclista, já prestaram depoimento confirmando a perseguição. Um incidente semelhante, ocorrido uma semana antes do atropelamento, revelou que o empresário utilizou o mesmo Porsche para seguir uma família com quem mantinha negócios.
A defesa de Igor Sauceda alega que o atropelamento foi acidental e que não houve intenção de matar. Segundo a defesa, Igor não possui antecedentes criminais e trabalha formalmente. Contudo, as evidências apresentadas até o momento, incluindo as imagens de segurança, sustentam a acusação de homicídio doloso.