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As forças de defesa antiaérea da Ucrânia interceptaram com sucesso um grande ataque aéreo russo contra Kiev na madrugada desta quarta-feira (20). O episódio ocorreu horas após a embaixada dos Estados Unidos na capital ucraniana emitir um raro alerta, recomendando o fechamento de suas instalações e avisando sobre um iminente ataque em larga escala.
Diversas explosões ecoaram em Kiev enquanto os sistemas de defesa antiaérea ucranianos neutralizavam mísseis lançados pela Rússia, de acordo com testemunhas e fontes militares. Apesar da intensidade do ataque, autoridades confirmaram que não houve vítimas nem danos significativos em infraestruturas, destacando a eficácia da rede de defesa aérea do país, que tem se tornado cada vez mais sofisticada. Repórteres da Reuters relataram ter ouvido várias rajadas de fogo antiaéreo durante a ação.
Tensões Agravadas Após Uso de Mísseis Americanos
O ataque aéreo russo surge como resposta ao uso, na terça-feira (19), de mísseis de longo alcance ATACMS pela Ucrânia contra alvos em território russo, marcando o milésimo dia do conflito. Essa arma, fornecida recentemente pelos Estados Unidos, representa uma ampliação significativa no apoio militar norte-americano a Kiev, além de um marco na capacidade ofensiva ucraniana.
Andriy Kovalenko, chefe do Centro de Combate à Desinformação do Conselho de Segurança Nacional da Ucrânia, afirmou que a Rússia tem acumulado há meses mísseis como Kh-101, Kalibr e balísticos em preparação para ataques coordenados. Segundo ele, a movimentação inclui o posicionamento estratégico de navios e aeronaves para reforçar a ofensiva.
Risco Nuclear e Nova Doutrina Russa
O ataque ocorre um dia após o presidente russo, Vladimir Putin, atualizar a doutrina nuclear de seu país por meio de decreto. A nova política amplia as circunstâncias em que a Rússia poderia usar armas nucleares, incluindo respostas a ataques convencionais que ameaçassem sua soberania. Observadores internacionais interpretaram a medida como um recado à OTAN e aos EUA, que têm intensificado o apoio à Ucrânia.
Enquanto isso, Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, acusou a administração Biden de prolongar deliberadamente o conflito. Essa acusação foi feita em meio a relatos de que os Estados Unidos teriam autorizado o envio de minas antipessoais à Ucrânia, embora o país seja signatário do Tratado de Ottawa, que proíbe esse tipo de armamento.
Impacto e Preocupação Internacional
O bombardeio de quarta-feira acontece após um ataque russo no domingo (17), que mirou infraestrutura elétrica ucraniana com o uso de 120 mísseis e 90 drones. A estratégia de atacar instalações civis parece ser uma tentativa de fragilizar a Ucrânia antes do rigoroso inverno europeu.
Missões diplomáticas em Kiev, como a embaixada da Espanha, suspenderam temporariamente suas operações em resposta às crescentes ameaças. O alerta específico da embaixada norte-americana desencadeou ações preventivas similares por parte de outras representações ocidentais.
Apoio Ocidental em Jogo
No contexto atual, a Ucrânia enfrenta incertezas sobre a continuidade do apoio militar do Ocidente, crucial para suas operações defensivas. O presidente Volodymyr Zelensky tem reiterado que qualquer redução na ajuda militar pode ter consequências devastadoras para o país.
Especialistas militares avaliam que a resposta russa ao uso dos mísseis ATACMS reflete preocupações crescentes do Kremlin com a capacidade ofensiva ampliada de Kiev. Ao mesmo tempo, o sucesso da defesa aérea ucraniana reforça a resiliência do país diante de tentativas de desestabilização em larga escala.