A IDC Brasil, líder em inteligência de mercado, serviços de consultoria e conferências na área de tecnologia da informação e comunicação (TIC), divulgou recentemente as tendências para o mercado de internet brasileiro em 2023. Segundo a IDC Brasil, o mercado deverá crescer 5% neste ano, aproximando-se de um total de US$ 80 bilhões.
A pesquisa revela que o crescimento será impulsionado tanto pelo setor de telecomunicações (3%) quanto pelo setor de tecnologia da informação (6,2%). Com base no estudo IDC Predictions Brazil 2023, a IDC Brasil antecipa as principais tendências que impulsionam esses setores no Brasil neste ano.
Entre as tendências estão a maturidade do uso da nuvem, o avanço da virtualização das redes de telecomunicações, a priorização de redes sem fio, o uso de redes móveis privadas e a importância da segurança de TI e dados.
1 – Virtualização do armazenamento
A virtualização do núcleo das redes de telecomunicações é uma das tendências para o mercado de telecomunicações em 2023, conforme o estudo da IDC. Isso ocorre porque há a necessidade de novas funções de TI, como BSS (Business Support Systems) e OSS (Operations Support System).
Ao longo dos próximos cinco anos, o consumo de nuvem pelo setor de telecomunicações crescerá, em média, 35,2% em IaaS e 42,2% em PaaS anualmente.
2 – “Wireless first”
O “Wireless first” é uma estratégia que prioriza o uso de redes sem fio (como o Wi-Fi e o 5G) para acesso à internet e aplicativos empresariais, em vez de depender apenas de cabos ou fios. Essa abordagem é impulsionada pela implementação do Wi-Fi 6 e do 5G, que oferecem maior velocidade e estabilidade em comparação com as tecnologias anteriores.
A adoção de práticas “Wireless First” impulsionará o uso de serviços gerenciados, reduzindo a pressão sobre as equipes internas e permitindo a rápida adoção de tecnologias e melhores práticas. A IDC espera que, já em 2023, o mercado de Wi-Fi 6 cresça 17% como resultado da implementação de tecnologias emergentes, como IoT e AI. Até 2026, o Wi-Fi 6 deve representar 65% do mercado brasileiro de W-Lan.
3 – 5G e aplicativos aprimorados
Com a chegada do 5G, empresas de diferentes setores irão investir em redes móveis privadas para atender necessidades específicas de suas operações e solucionar desafios de conectividade. Isso permitirá aprimorar aplicativos relacionados à Internet das Coisas (IoT), Inteligência Artificial (IA) e Aprendizado de Máquina (ML), visando melhorar a produtividade, a eficiência e a automação de processos.
Essa evolução deve chegar à indústria e ao mercado de consumo, aprimorando todos os processos, como compras, entretenimento, jogos de cassinos online, e muito mais. Estima-se que o mercado de redes móveis privadas deve crescer mais de 35% ao ano até 2026.
4 – Gastos em segurança de TI e dados
Desde o primeiro pico de incidentes de ransomware em 2017/18 (WannaCry), a segurança digital é vista como a prioridade número um para a maioria dos executivos da indústria da internet no Brasil (53,6% em 2022) e na América Latina (50,6%), inclusive, para entidades governamentais também. Em 2023 isso não será diferente.
“TI e segurança de dados permanecerão no topo das preocupações das empresas brasileiras. Antes, para falar com um colega de trabalho e transmitir alguma informação ou dados, tudo o que você precisava fazer era olhar para o lado, e as informações confidenciais eram centralizadas dentro da empresa. Agora, seja via chat, WhatsApp, e-mail ou qualquer outra ferramenta, as informações viajam vários quilômetros, e dados sensíveis e confidenciais serão espalhados por muitas nuvens. Portanto, a forte preocupação com a segurança da informação não diminuirá”, explica Pietro Delai, Diretor de Pesquisa e Consultoria Empresarial da IDC América Latina.
No Brasil, os gastos com soluções de segurança da informação devem atingir US$ 1,3 bilhão em 2023, significando um crescimento de 13% em relação ao ano anterior.
5 – O mercado de dispositivos
“Os fabricantes entrevistados pela IDC Brasil indicam um sentimento misto, mas, em geral, esperam um primeiro semestre de adaptações ao novo governo e um segundo de alguma recuperação e crescimento relativo no consumo doméstico”, esclarece Reinaldo Sakis, Diretor de Pesquisa e Consultoria de Dispositivos do Consumidor na IDC América Latina.
A IDC estima que o mercado brasileiro de dispositivos móveis irá gerar uma quantia considerável de US$21,5 bilhões em 2023, ou seja, 1,1% a mais do que em 2022. Isso faz com que sua participação nos gastos totais de TI no Brasil seja de 43,7% em 2023, ligeiramente abaixo do nível de 2022.
Mesmo com o crescimento modesto da receita, a importância dos dispositivos para o segmento de TI como um todo ainda será muito grande, com smartphones contribuindo à soma com US$13 bilhões, PCs US$5,8 bilhões, Wearables US$882 milhões, impressoras US$542 milhões e Tablets US$464 milhões.