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A Polícia Federal prendeu na última semana, durante a deflagração da Operação Jano, nacional iraniano suspeito de integrar organização criminosa internacional dedicada à prática de crimes de falsificação de passaportes, de uso de documento falso e de promoção de migração ilegal.
A investigação foi iniciada em maio de 2021 em Foz do Iguaçu/PR, a partir de notícias da Organização Internacional de Polícia Criminal – Interpol sobre a prática de falsificação de passaportes canadenses e sua utilização por migrantes iranianos para acesso ao Canadá e a países da Europa.
No final de janeiro de 2021, quatro migrantes iranianos foram interceptados na República Dominicana com passaportes canadenses falsos. Verificou-se que o voo deles havia partido do Brasil, com conexões em Bogotá/Colômbia e Santo Domingo/República Dominicana, e tinha como destino final o Canadá
Em diligências, identificou-se que os migrantes haviam entrado no Brasil no final de 2020 por São Paulo/SP e Rio de Janeiro/RJ e, depois de algumas semanas, foram até Foz do Iguaçu/PR, onde receberam os passaportes canadenses falsos e transitaram pela região da Tríplice Fronteira.
Durante a investigação, verificou-se que a organização criminosa estaria relacionada com, ao menos, a promoção de migração ilegal de 12 nacionais iranianos. Em troca de valores entre 30 a 60 mil dólares americanos supostamente cobrados de cada migrante, era providenciada a entrada deles em território brasileiro e a entrega de passaportes canadenses falsos, com os quais os migrantes viajavam até outros países da América do Sul e Central e de lá ao destino final, Canadá e países da Europa, utilizando identidades falsas e burlando os controles migratórios.
A partir de apurações, verificou-se que se tratava de nacional iraniano que já havia estado no Brasil por diversas vezes pelo menos desde o ano de 2018 utilizando passaportes falsos. Até o momento, são conhecidas uma identidade canadense e três identidades iranianas do preso, todas falsas.
O iraniano foi preso pela Polícia Federal no Rio de Janeiro/RJ, quando apresentou um de seus passaportes iranianos falsos às autoridades migratórias brasileiras.
A organização criminosa internacional da qual o suspeito supostamente faz parte também é investigada por autoridades policiais do Canadá, República Dominicana e Reino Unido.
Por meio de cooperação policial internacional e com o apoio da Interpol, a investigação brasileira contou com o auxílio de autoridades policiais do Canadá e da República Dominicana.
De acordo com o Diretor de Investigação e Combate ao Crime Organizado e à Corrupção, da Polícia Federal, Ricardo Saadi, a prisão realizada, na última semana, é fruto de um profícuo trabalho investigativo realizado pela Polícia Federal brasileira, que se soma a outros no combate à promoção de migração ilegal e a delitos conexos.
“O enfrentamento desse fenômeno criminal torna-se mais eficiente e eficaz quando realizado em parceria com outras forças de segurança, inclusive internacionais, dada a transnacionalidade da atuação dos grupos e organizações que se dedicam àqueles delitos. Nesse contexto, a INTERPOL se destaca como importante interlocutora interagências e aliada na repressão criminal”, afirma o diretor.
O investigado deve responder pelos crimes de falsificação de passaportes, de uso de documento falso e de promoção de migração ilegal. Se condenado, poderá receber penas de até 16 anos de prisão.
*O nome da operação faz referência a Jano, deus romano das mudanças e transições.
*Com informações de Polícia Federal