Entre nos nossos canais do Telegram e WhatsApp para notícias em primeira mão.
Telegram: [link do Telegram]
WhatsApp: [link do WhatsApp]
Em entrevista à Folha de S. Paulo, o ex-presidente do Banco Central (BC), Armínio Fraga, defendeu a manutenção do atual sistema de metas de inflação e alertou para os riscos que uma eventual alteração nas regras traria ao Brasil.
O Conselho Monetário Nacional (CMN) se reúne amanhã (29) e deve discutir o sistema de metas de inflação. O colegiado é formado pelos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet, além do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. O governo federal, portanto, tem maioria.
“Estou torcendo muito para que o CMN mantenha os 3% e já declare que essa é a meta para um horizonte aberto. Para 2024, as expectativas em geral, mesmo a taxa de inflação implícita nos títulos do Tesouro, vêm convergindo”, afirmou Armínio Fraga.
“O BC deixou muito claro que os horizontes dele já migraram para o ano que vem e podem justificar uma trajetória talvez um pouco mais longa. Não vejo razão para alterar meta alguma”, continuou o economista.
“Penso que seria catastrófico mudar a meta, pois traria uma enorme incerteza, seria uma sinalização muito ruim. O governo já deu uma sinalização positiva, ainda que preliminar, na área fiscal. Tudo indica que esse arcabouço vai ser aprovado. Espero que seja só o início de um ajuste, que, aí sim, vai dar muito espaço para o BC trabalhar e quem sabe voltar ao que tivemos durante os momentos áureos do teto, com juros reais na ponta longa da curva já abaixo de 4%”.
De acordo com ele, “manter a meta seria uma conquista relevante para um país com a nossa história”. “Sobretudo, em um período em que a responsabilidade fiscal foi abandonada, primeiro com a própria Lei de Responsabilidade Fiscal sendo repetidas vezes desrespeitada e, depois, com a desmoralização do teto”, afirmou.
Está na mesa do CMN a discussão sobre substituir o atual regime de meta de inflação de ano-calendário por um modelo com um horizonte de aferição maior ou de perseguição contínua.