Entre nos nossos canais do Telegram e WhatsApp para notícias em primeira mão.
Telegram: [link do Telegram]
WhatsApp: [link do WhatsApp]
João Pedro Stédile, líder nacional do MST, afirmou nesta terça-feira (15) que a invasão a terras da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em Pernambuco, foi um erro. No entanto, ele disse que cada acampamento do movimento tem autonomia para decidir como agir.
“Eu posso até fazer uma autocritica porque os jornalistas me perguntam. Está bom, foi um erro, um equívoco entrar na Embrapa. Mas eles decidiram porque era a área pública mais próxima e entraram na Embrapa não para reivindicar a área da Embrapa, entraram na Embrapa para chamar a atenção da opinião pública e conseguiram”, disse
Stédile também convocou militantes e assentados a levar casos de desvios de dinheiro e de agressões para a delegacia. A declaração foi feita ao ser confrontado pelo relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MST, deputado Ricardo Salles (PL-SP), sobre indícios de desvios feitos por meio de cooperativas ligadas ao movimento, e denúncias de agressões que teriam ocorrido em assentamentos.
“Levem os casos para a delegacia. Nós temos interesse em apurar desvios”, disse Stédile na CPI do MST, ao convocar os integrantes do movimento para que denunciem casos como os relatados pelos depoentes da CPI. Nos relatos ouvidos nas reuniões do colegiado, os ex-integrantes do MST disseram que foram ameaçados quando questionaram as determinações das lideranças dos assentamentos.
Segundo Stédile, existe um “problema” na região, pois de um lado há 40 mil hectares de terras públicas e, do outro, 8 mil famílias acampadas. Ele afirmou que as famílias acampadas têm o direito de decidir o que fazer, e que nenhuma instância nacional decidiu que elas deviam invadir a Embrapa.
A ocupação de áreas da Embrapa pelo MST ocorreu no fim de julho, no Sertão de Pernambuco. Foi a segunda vez que integrantes do movimento ocuparam os locais em Petrolina.
A CPI do MST foi instalada em novembro de 2022 para investigar denúncias de irregularidades no movimento, como desvio de recursos públicos, apropriação indébita e enriquecimento ilícito. A comissão já ouviu diversos depoentes, incluindo ex-integrantes do MST, funcionários da Embrapa e representantes de órgãos públicos.