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A estudante de medicina da USP, Alicia Dudy Muller Veiga, está enfrentando um julgamento em São Paulo por desviar R$ 937 mil da comissão de sua formatura. O caso, que é mantido em segredo de Justiça, será julgado no Fórum Criminal da Barra Funda a partir das 13h30 de hoje.
Alicia enfrenta acusações de oito estelionatos consumados e um tentado. Apesar de o Ministério Público ter negado o pedido de prisão feito pela polícia, se for condenada à pena máxima, ela pode enfrentar uma sentença de até 43,3 anos de prisão e multa. Vale ressaltar que a pena máxima de reclusão no Brasil não ultrapassa 40 anos.
A polícia apontou que o dinheiro usado pela estudante em apostas não pagas na lotérica da Zona Sul de São Paulo pode ter sido desviado da festa de formatura de Medicina da USP.
Em abril de 2022, a suspeita fez quase R$ 20 mil em apostas na Lotofácil, todas pagas via PIX.
Depois disso, passou a fazer várias apostas em grandes valores, chegando a R$ 461 mil no total.
Em julho de 2022, a estudante teria solicitado R$ 891,5 mil em apostas.
Após a operadora de caixa registrar R$ 193,8 mil em apostas, a gerente da lotérica questionou sobre o pagamento. A suspeita disse que tinha realizado um agendamento da transferência.
A estudante fez uma movimentação muito inferior, de R$ 891,53, na tentativa de fazer com que os funcionários da lotérica pensassem que seria o valor total de R$ 891,5 mil.
Após breve discussão, a suspeita saiu da lotérica com cinco apostas de R$ 38,7 mil cada uma.
De acordo com a comissão de formatura, a suspeita afirmou, por meio de mensagens no WhatsApp, que transferiu a quantia para uma conta pessoal.
Ela alega ter aplicado R$ 800 mil em uma corretora de investimentos chamada “InvesteBem”, que a teria enganado e ficado com o dinheiro.
A quantia restante teria sido utilizada para pagar advogados na tentativa de recuperar o valor.
A Comissão só percebeu o desvio no dia 6 de janeiro deste ano. Uma das vítimas registrou a ocorrência.
No início de fevereiro, a Justiça não aceitou o pedido de prisão preventiva feito pela polícia contra a estudante.
A decisão concordou com o posicionamento do Ministério Público, que entendeu que o caso se tratava de crimes de estelionato, não de apropriação indébita, como ela havia sido indiciada.
O Ministério Público pediu que fosse feita uma lista com o prejuízo individual dos alunos. Cada vítima teve de mostrar interesse em representar pelo crime.
A diferença entre apropriação indébita e estelionato está no momento em que ocorre a má-fé.
Na apropriação indébita, a má-fé ocorre após a posse do bem, quando a pessoa se apropria dele de forma irregular.
No estelionato, a má-fé ocorre antes da posse do bem, quando a pessoa engana a vítima para obter o bem.