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As forças de segurança da Venezuela impediram nesta terça-feira a entrada de deputados da oposição na sede do Congresso antes de uma sessão, depois de um aumento da tensão que levou a Suprema Corte a acusar parlamentares de traição à pátria na semana passada.
Funcionários encapuzados e armados do departamento de inteligência da polícia, assim como grupos da polícia nacional e militares, cercaram várias quadras próximas ao Congresso antes do início da sessão, sem permitir a entrada de deputados, trabalhadores e jornalistas, de acordo com testemunhas.
A operação, que se prolongou por algumas horas, teve início com a busca por um suposto dispositivo explosivo na sede do Congresso, segundo informações recebidas pelos deputados. Entretanto, as autoridades não bloquearam o tráfego na área nem a passagem do público.
“Acreditam que o Poder está nos prédios, nas gavetas, em um punhado de chaves. Perderam o Poder que outrora tiveram quando perderam o povo”, escreveu o presidente do Congresso, Juan Guaidó, em sua conta no Twitter, sobre a restrição ao acesso à sede.
A sessão ordinária, marcada para as 10h, não começou e os deputados permaneceram reunidos na sede administrativa do Parlamento, que fica a poucos quarteirões da sede do Legislativo, para decidir o local de realização da reunião.
“Eles denunciaram falsamente que supostamente há bombas, que há explosivos no Palácio (Congresso)… Isso é uma armação para impedir que o Parlamento funcione hoje”, disse o deputado da oposição Jorge Millán. “Vamos insistir em poder entrar no Palácio e, se não nos encontrarmos hoje, vamos fazê-lo amanhã”, acrescentou.
O Ministério da Comunicação e da Informação não respondeu aos pedidos de comentários sobre o que aconteceu no Parlamento.
O Congresso, sob o controle da oposição, tinha como pauta discutir a situação dos parlamentares acusados pelo Supremo Tribunal de Justiça e a prisão de um deles.
*Com Reuters