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O ex-governador Sérgio Cabral admitiu pela primeira vez ter comprado, por US$ 2 milhões, votos para trazer a Olimpíada ao Rio. Em depoimento nesta quinta-feira (4) ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, responsável pela Lava Jato no Rio de Janeiro, Cabral disse que o ex-presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, indicou o presidente da Federação Internacional de Atletismo (IAAF), Lamine Diack, como intermediário do esquema.
De acordo com o ex-governador, entre os votos comprados está o do nadador Alexander Popov, bicampeão olímpico nas provas de 50 m e 100 m livres em 1992 e 1996, e o do ucraniano Serguei Bubka, campeão olímpico em 1988 no salto com vara. De acordo com Cabral, nove dos 95 membros votantes foram comprados ao todo por US$ 2 milhões.
O ex-governador afirmou não ter tido dificuldades para levantar o valor.
No interrogatório, Cabral disse ter perguntado a Nuzman de onde viriam os votos e qual a garantia de que seriam de fato obtidos. O então presidente do COB teria respondido que seriam de membros africanos do comitê e também de representantes do atletismo.
“Eu chamei o [empresário] Arthur Soares e falei pra ele da necessidade de conseguir o dinheiro para os votos. Isso foi debitado do crédito que eu tinha com ele. Fui eu que paguei. Eu dei o telefone do Léo [Leonardo Gryner, ex-diretor de operações da Rio 2016] e eles acertaram com esse Papa Diack, filho de Lamine Diack”, contou o ex-governador.