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O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, anunciou nesta quinta-feira (12) que o governo de Moscou aplicou sanções “simétricas” contra Alemanha e França em resposta à mesma medida adotada pela União Europeia no caso do envenenamento do opositor russo Alexei Navalny.
“Como as sanções sobre Navalny afetam diretamente oficiais sêniores da administração presidencial, nós vamos responder com ações similares. Elas já foram adotadas e nós vamos informar em breve nossos colegas franceses e alemães sobre isso”, disse Lavrov conforme a agência Sputnik.
Segundo Lavrov, em fala à agência Tass, a opção pelas punições contra a Alemanha se deram porque Berlim “foi a força motora por trás das sanções” europeias. A decisão por punir os seis funcionários russos e uma organização foi adotada após os governos aprovarem um documento apresentado por Berlim e Paris em 15 de outubro.
O ministro, um dos maiores aliados do presidente Vladimir Putin, voltou a afirmar que não há provas de que Navalny foi envenenado na Rússia e insinuou que “a penetração das substâncias tóxicas militares no corpo” do opositor foi realizada na Alemanha ou no transporte do russo para o hospital Charitè em Berlim.
O caso:
Navalny foi envenenado com uma substância química do grupo novichock – criado durante as décadas de 1970 e 1980 na União Soviética – no dia 20 de agosto. Ele estava na cidade de Tomsk, na Sibéria, onde apurava supostos crimes de membros do governo, e partiu de volta para Moscou.
No entanto, assim que o voo decolou, o opositor russo passou mal e fez com que os pilotos fizessem um pouso de emergência em Omsk, ainda na Sibéria. Do aeroporto, Navalny foi levado às pressas para o hospital de emergências local já em coma.
A princípio, os próprios médicos russos informaram que o advogado havia sido envenenado, mas, cerca de 24 horas depois, voltaram atrás e disseram que a substância tóxica que haviam encontrado estava apenas nas unhas e nas roupas do russo. Ela estaria relacionada a produtos plásticos – como no caso do copo de chá que ele havia consumido no aeroporto.
Os médicos, então, atrelaram a situação de saúde a “um desequilíbrio de carboidratos, ou seja, uma desordem metabólica”.
Porém, após testes realizados por um laboratório militar da Alemanha, e confirmados por laboratórios da França, da Suécia e da Organização para a Proibição de Armas Nucleares (Opaq), foi constatado que havia a substância química do grupo novichock no sangue de Navalny.
O russo ficou internado por cerca de um mês no hospital de Berlim, mas continua na Alemanha para concluir o tratamento médico. .