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Em resposta à acusação do Ministério Público de torturas e de homicídio triplamente qualificado contra o enteado, Henry, o ex-vereador Dr. Jairinho afirmou que sempre foi um “pai carinhoso, presente, amado pelos filhos e por todos os membros de sua família”, e apontou “a frieza e a indiferença” da mãe da vítima, Monique Medeiros.
Na petição de 29 páginas à juíza do II Tribunal do Júri, Elizabeth Louro Machado, ao qual o jornal ‘O GLOBO’ teve acesso, o advogado Braz Sant’Anna alega que a imagem de seu cliente foi transformada, pela autoridade policial, “de forma açodada, parcial e tendenciosa, em um monstro, em malfazejo assassino”.
Jairinho e Monique estão presos pela morte do menino Henry Borel, de 4 anos. O ex-vereador é acusado de realizar sessões de tortura com a criança, cujo laudo de necropsia apontou hematomas no abdômen e nos membros superiores, hemorragia na cabeça, grande quantidade de sangue no abdômen e contusões no rim e nos pulmões.
Em sua defesa, Monique argumenta que mantinha um relacionamento abusivo com Jairinho.
O ex-vereador foi denunciado por homicídio triplamente qualificado com aumento de pena por se tratar de menor de 14 anos; tortura; e coação de testemunha. Já a professora foi denunciada por homicídio triplamente qualificado na forma omissiva imprópria, com aumento de pena por se tratar de menor de 14 anos; tortura omissiva; falsidade ideológica; e coação de testemunha.
O documento descreve Jairinho como um homem benévolo e sustenta que Monique foi insensível diante da morte de Henry, em mais um capítulo da guerra de acusações que os dois travam na Justiça.
“A selfie em que ela apareceu sorridente e de pernas para cima, na antessala do gabinete da autoridade policial, onde prestaria depoimento, dias antes do decreto de sua prisão temporária, foi suficiente o bastante para revelar a frieza e a indiferença com a morte de seu filho”, escreveu Jairinho, que disse não ter se surpreendido com as acusações que ela apresentou ao Ministério Público.