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A Venezuela anunciou nesta terça-feira (9) que entrará em contato com o governo de Gustavo Petro, na Colômbia, para restabelecer “relações militares” entre os dois países, que compartilham uma fronteira porosa e violenta.
“Recebi instruções” de Nicolás Maduro “para entrar em contato com o ministro da Defesa colombiano, o que farei nas próximas horas” , disse à imprensa oficial o ministro da Defesa do regime chavista, Vladimir Padrino López.
A reaproximação busca “restaurar” as “relações militares” entre os dois países, publicou as Forças Armadas venezuelanas no Twitter, citando as palavras do ministro.
“Dado o novo cenário nacional que a Colômbia vive, é hora de retomar responsabilidades e trabalhar juntos ”, acrescentou Padrino López, que chefia o Ministério da Defesa venezuelano desde outubro de 2014.
Petro nomeou Iván Velásquez, um renomado investigador que chefiou a comissão da ONU contra a corrupção na Guatemala, como ministro da Defesa.
Tiendo mi mano al Presidente Gustavo Petro y al pueblo colombiano, para reconstruir la hermandad sobre la base del respeto y el amor. Aprovechemos esta segunda oportunidad que menciona el nuevo Presidente de Colombia, por el bien de la felicidad y la Paz. ¡ Felicidades! pic.twitter.com/tcC8LUP4uk
— Nicolás Maduro (@NicolasMaduro) August 7, 2022
Venezuela e Colômbia concordaram em restabelecer relações diplomáticas a nível de embaixadores com a chegada de Petro ao poder no último domingo , após a ruptura em 2019 devido ao reconhecimento de “presidente responsável” que o governo cessante de Iván Duque deu ao líder da oposição Juan Guaidó.
“Não quer dizer que vai acontecer uma mudança política e que as mudanças vão acontecer de imediato, isso não existe, temos que (ir) aos poucos, que ninguém acelere, muita prudência, muito tato e muitos olhos abertos para assumirmos as novas realidades na fronteira com a Colômbia” , indicou Padrino López.
A fronteira de mais de 2.000 km que ambos os países compartilham foi marcada por anos de violência, com a presença de guerrilheiros, paramilitares e narcotráfico.
Duque acusou Maduro de abrigar dissidentes das Farc dissolvidas e organizações relacionadas às drogas, o que o presidente chavista negou, enquanto denunciava conspirações de Bogotá para derrubá-lo e até assassiná-lo.
Em março de 2021, combates em Apure entre militares venezuelanos e irregulares colombianos, que o chavismo vinculou ao governo vizinho, deixaram 16 soldados mortos e milhares de civis deslocados.
As forças colombianas também denunciaram violações de seu território pelos militares venezuelanos. Em agosto de 2021, eles prenderam dois soldados acusados de atravessar ilegalmente armados.
O fechamento das travessias binacionais também levou à abertura de estradas alternativas, chamadas de “trilhas”, por onde transitam milhares de pessoas e milhões de dólares em mercadorias contrabandeadas.
“Votamos pela paz na Colômbia e continuamos a fazer todos os nossos esforços para manter a fronteira limpa”, disse o ministro da Defesa venezuelano.
(Com informações da AFP)